quinta-feira, fevereiro 16, 2006

O Preconceito da Privatização



A propósito da eventual privatização dos CTT, Teixeira dos Santos referiu que não exclui qualquer possibilidade, rematando que o governo "não tem preconceitos nesse domínio".

Estas afirmações contrastam com as do PCP e BE, que a propósito do programa de privatizações 2006/2007 classificaram este modelo como "gravíssimo" e "factor de perturbação", respectivamente.

A posição do PCP foi justificada por tratarem-se de "empresas estratégicas", e de "mais cedo ou mais tarde vão passar para mãos estrangeiras empresas que têm milhões de euros de lucro". Este discurso já não surpreende ninguém. O conceito de estratégico para o PCP continua a ser algo duvidoso, sempre na senda de um estado autocrático. A aversão a empresas estrangeiras de mérito próprio, é a eterna cruzada contra os poderosos interesses capitalistas e a exploração dos "direitos dos trabalhadores".

Numa época onde o capitalismo tem os resultados que tem, como é possível ainda acreditar num sistema completamente arcaico, de empobrecimento como forma de desenvolvimento social? O que será preferível: Um estado falido, corrupto, que mantém empresas de forma completamente obsoleta, esperando desta forma proteger a classe mais desfavorecida? Ou um estado que não tem preocupações empresariais, que dado o seu fraco poder na matéria é pouco corruptível, cuja iniciativa privada comanda o mercado através de um sistema de livre concorrência, e onde o trabalhador é a peça-chave de toda esta engrenagem, que pode optar livremente pelas melhores condições de oferta laboral, e onde o seu trabalho é realmente valorizado?

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