Bruno Alves, n'O Insurgente:
O “fenómeno Ségolène” é absolutamente extraordinário, e revelador do mundo em que vivemos. Numa terra do Norte português, um grupo de socialistas europeus reúne-se num evento cuja irrelevância é comprovada pela ausência de Zapatero ou Tony Blair, ou pela presença de Howard Dean. Ségolène, essa, está cá. E é o único assunto da reunião que merece o destaque da RTP. A senhora não disse nada, a não ser umas frases incompreensíveis até para quem fala francês. A senhora, aliás, nunca disse nada. No entanto, traz “novidade” à política. Parece que é uma “lufada de ar fresco”. Não se percebe porquê. Não se percebe, aliás, como se pode caracterizar Ségolène seja com que adjectivo for, tal a absoluta vacuidade do que ela diz e faz. No entanto, onde ela se senta, logo estão as televisões, como um gato aos pés da dona. O “fenómeno Ségolène” mostra no que se transformou a actividade política. Em publicidade. Ségolène é apresentada como “moderna”. Como “diferente”. E por assim ser apresentada, por assim ser caracterizada, passa, efectivamente, a ser “moderna”. Passa a merecer atenção, porque foi dito que merece atenção, não por ter feito algo para a merecer. Alguém disse em tempos que vender um Presidente da República era igual a vender um sabonete. O “fenómeno Ségolène” mostra que, com uma boa máquina publicitária por trás, até um sabonete pode vir a ser eleito Presidente.
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