sexta-feira, junho 30, 2006

Uma questão de liberdades

Uma ideia monstruosa. Foi desta maneira que uma pessoa me respondeu, à possibilidade de se inocular toda a população mundial contra a nicotina. Eu repliquei, questionando se a classificação se mantinha se estivéssemos a falar da erradicação de vários agentes causadores de doenças, como a tuberculose. A resposta não foi imediata, nem directa.

Vamos imaginar um cenário hipotético, onde toda a população mundial tinha sido vacinada. O consumo de tabaco tinha uma queda vertiginosa, as grandes tabaqueiras iam à falência, e progressivamente o número de doenças associadas ao tabaco diminuíam. Aparentemente temos um cenário positivo. As pessoas vivem mais, com maior qualidade de vida, com a excepção de algum desemprego devido à falência de algumas empresas. Porém, a simples ideia de uma inoculação aterroriza uma grande parte das pessoas. Porquê? Simplesmente, porque acham que a vacinação uma acção coerciva, contra as suas vontades pessoais, contra as suas liberdades. Um argumento completamente legítimo. Vamos agora imaginar que era opinião unânime, que a vacinação era facultativa para os adultos, mas obrigatória para todas as crianças. Num período de uma, duas gerações, a totalidade da população estava vacinada. Os homens e mulheres daquela sociedade, nunca sentiriam o prazer de um cigarro. A história do tabaco resumia-se a pessoas da geração dos seus pais e avós, que tinham visto a fumar. Avançando mais algumas gerações, o conceito de cigarro passava a ter um sentido estritamente histórico. Acumulavam-se livros a explicar como surgiu, a sua evolução, a maneira de o comercializar, etc. Podia até existir museus, onde possuiam em exibição os mais famosos cigarros. Os escritos à época relatariam as inúmeras desvantagens do tabaco no organismo humano, e as pessoas do tempo provavelmente não conseguiriam entender a razão pela qual milhares de pessoas teriam consumido tal substância, que na maior parte das vezes só tinha trazido adversidades. Nestas circunstâncias, considerariam eles que as gerações passadas tinham deliberadamente restringido as suas liberdades? Será que ansiavam por uma lufada de fumo associado a algum prazer? É difícil de prever, mas em princípio não. Será que podemos considerar que esta sociedade possui menos liberdade de escolha que as gerações passadas? Não. Não podemos dizê-lo, porque simplesmente são sociedades diferentes, são realidades diferentes. Será que as pessoas na Idade Média tinham maior liberdade de escolha, pelo facto de terem utensílios que entretanto deixaram de existir? Simplesmente não podemos fazer essa comparação.

Mas voltemos ao problema inicial. A passagem de uma sociedade como a nossa, para a sociedade do futuro encontra alguns entraves, nomeadamente no que toca às crianças. Terá a sociedade direito a impor a sua vontade às crianças? Por outras palavras, embora como crianças não tenham as capacidades para decidirem por si próprias, é legítimo apropriar-se desse lapso de tempo para se decidir sobre elas? Não parece correcto. Poderíamos então aguardar, e dar o poder da decisão à criança quando esta tivesse capaz de escolher. Mesmo assim, levanta-se a questão de saber em que circunstância é que a criança está habilitada a efectuar a decisão. Deixemos este problema para mais tarde. Vamos partir do princípio que sabemos em que circunstâncias é que a criança pode escolher. Aparentemente, encontrámos uma solução que parece mais ao menos justa, e que não vai contra a liberdade de ninguém.

Imaginemos agora que nessa mesma sociedade, é descoberta uma estirpe de um vírus que causa o escurecimento da pele e contribui para o aparecimento de cancro na pele, sendo transmitido por via aérea. Iniciavam-se investigações e é descoberta uma vacina. O que fazer com esta vacina? Distribui-la por toda a população? Em princípio, a maioria das pessoas vão querer ser vacinadas. Mas vamos imaginar que uma parte da população recusa-se a ser vacinada, pois gostaram da sua nova cor de pele. Embora possa ter outros efeitos, este parece ser mais importante, e recusam-se terminantemente a serem inoculados com a vacina. O que fazer? Ignorar as opções dessas pessoas e erradicar o vírus de modo a não permitir que este evolua para uma forma mais perigosa? Ou respeitar a liberdade dessas pessoas, mas impondo um risco à liberdade das outras? Poder-se-ia discutir em separar as pessoas em zonas diferentes, mas mesmo assim o risco mantinha-se. Esta situação parece ser um beco sem saída. As liberdades colidem, e não parece existir uma solução viável. Qualquer que seja a solução, envolverá necessariamente o sacrifício de algumas liberdades, dada a inexistência de outras alternativas. A questão que se coloca é de saber quais as liberdades que terão de ser sacrificadas. Entre pessoas descontentes com a tonalidade da sua pele e pessoas que correm o risco de serem contaminadas com um vírus letal, a minha escolha terá que recair sobre a primeira. Não existe liberdade que sobreviva num cenário equivalente ao da segunda hipótese.

Qual é a semelhança entre esta história fictícia, e uma possível história de vacinação contra a nicotina? À primeira vista pouco, mas existem diferenças. São essas poucas diferenças que vão fazer a diferença para se chegar a uma conclusão. Embora o tabaco constitua uma ofensa à liberdade dos que não fumam, não se trata de algo epidemiológico. Da mesma forma, não estamos a lidar com uma ameaça que se transmita pessoa a pessoa, em qualquer instante. O fumador tem a possibilidade que o fumo do seu tabaco não viole a liberdade da pessoa mais próxima, o que não acontecia na história fictícia. Este é um factor decisivo. O fumador tem a possibilidade de usufruir da sua liberdade, desde que não atente contra a do próximo. Dada esta particularidade, não se justifica a inoculação obrigatória de toda a população, desde que se respeite a premissa anterior. A possibilidade de se vacinar passaria a ser uma opção de cada pessoa.

Mas a discussão não está completamente encerrada. Voltemos ao problema das crianças. No caso do tabaco, e pela argumentação que referi no parágrafo acima, não parece haver razão para que não se possibilite a estas, quando tiverem as capacidades para tal, a opção de escolherem a melhor solução para elas. Porém, é um facto que é nas crianças que existe a maior administração de vacinas. Não será isso uma violação de liberdade? Sim, pode-se dizer que sim. Porém, estas vacinas são uma garantia de preservação da criança (enquanto propriedade se quiserem), que a sociedade confere, de modo a que um dia ela possa usufruir dessa liberdade que foi “violada”. Obviamente não é possível utilizar este argumento no caso do tabaco.

Resta apenas uma questão: Como determinar/decidir quando a criança está capaz de tomar essa decisão? Um critério de idade? Outro? Este problema já não o abordo, dada a extensão do post. Fica para uma próxima vez.

Freitas do Amaral sai do governo (II)

Também para nós, o cansaço já era muito.

Freitas do Amaral sai do governo


Freitas do Amaral pediu hoje a demissão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, alegando motivos de saúde. O anúncio foi feito pelo gabinete do primeiro-ministro, acrescentando que o cargo será ocupado por Luís Amado, que será substituído na pasta da Defesa por Nuno Severiano Teixeira.

[Via Público]

Ramos Horta


Ramos Horta assumiu a coordenação do governo provisório de Timor-Leste e mostra-se disponível para liderar o novo Executivo. Torna-se evidente que os próximos passos do novo PM, é o de garantir uma plataforma que permita a vitória nas eleições.

Atlântico




Já comprei e tive oportunidade de ler alguns artigos. Gostei do novo design, que possibilita uma leitura mais fácil e mais rápida. Destaco o ensaio do João Miranda sobre monopólios e o interessante artigo do Pedro Picoito sobre o casamento homossexual, embora não concordando com vários pontos deste último.

Free Private Market

A free private market is a mechanism for enabling a complex structure of ooperation to arise as an unintended consequence of Adam Smith's invisible hand, without any deliberate design. A free private market involves the absence of coercion. People deal with one another voluntarily, not because somebody tells them to or forces them to. It does not follow that the people who engage in these deals like one another, or know one another, or have any interest in one another. They may hate one another. Everyone of us, everyday without recognizing it, engages in deals with people all over the world whom we do not know and who do not know us. No super planning agency is telling them to produce something for us. They may be of a different religion, a different color, a different race. The farmer who grows wheat is not interested in whether it is going to be bought by somebody who is black or white, somebody who is Catholic or Protestant; and the person who buys the wheat is not concerned about whether the person who grew it was white or black, Catholic or Protestant. So the essence of a free private market is that it is a situation in which everybody deals with one another because he or she believes he or she will be better off.

The essence of human freedom as of afree private market, is freedom of people to make their own decisions so long as they do not prevent anybody else from doing the same thing. That makes clear, l think, why free private markets are so closely related to human freedom. It is the only mechanism that permits a complex interrelated society to be organized from the bottom up rather than the top down. However, it also makes clear why free societies are so rare. Free societies restrain power. They make it very hard for bad people to do harm, but they also make it very hard for good people to do good. Implicitly or explicitly, most opponents of freedom believe that they know what is good for other people better than other people know for themselves, and they want the power to make people do what is really good for them.

Recomendado: A única oposição possível é a liberal

JPP, no Público:

Há alternativas a esta política dos socialistas e elas podem ser socialmente muito mais justas do que as políticas actuais. As medidas de austeridade que o Governo está a tentar implementar, tímidas mas mesmo assim passos de gigante em relação aos governos anteriores, apenas adiam a crise estrutural do Estado-providência e têm custos muito mais gravosos para os mais pobres do que para os ricos. Mais: a seguir-se esta política, a crise tornar-se-á endémica e, com intervalos de pequenos surtos de prosperidade, continuar-se-á a ter de pedir novos sacrifícios e o problema de fundo permanecerá na mesma. Por isso, a prazo, o Estado-providência está condenado, pelas mesmas razões que lhe deram o sucesso. Não sobreviverá nem à globalização nem ao bem-estar adquirido, que não é reproduzível de geração para geração com a composição etária das sociedades ocidentais.

Este é o custo de querer manter sistemas de segurança social universais que não têm outra razão de ser que não seja a ideologia do "modelo social europeu", que os socialistas consideram ser o último reduto do seu "socialismo". A reconfiguração do modelo do nosso Estado devia apenas garantir uma protecção social mínima para quem realmente a exige, limitar a esse mínimo de solidariedade social básica o carácter distributivo dos impostos, assim libertando para cada um a gestão da parte da sua "segurança" que está para além do mínimo garantido e para a economia recursos de que o Estado tem vindo a apropriar-se numa espiral cada vez maior.
O que significa que a única oposição possível é a liberal. Sem este tipo de oposição, não há oposição a não ser a comunista e a do BE, que é uma variante da comunista. Só uma oposição liberal reformista e moderada pode mudar este estado de coisas. O consenso acéfalo dos dias de hoje é favorecido pela inexistência ou debilidade desta oposição.

quinta-feira, junho 29, 2006

NicVax


Está a ser desenvolvida actualmente uma Vacina Anti-Nicotina, a NicVax, com o objectivo de tratar e prevenir o "vício" na nicotina. O mecanismo é simples: Criam-se anticorpos anti-nicotina, que se ligam à nicotina, impedindo que esta última actue no cérebro causando a sensação de prazer.
Embora a vacina esteja ainda em fase de experimentação, é interessante verificar o objectivo da farmacêutica.
NicVAX is being developed to help the millions of patients in the U.S. and potentially billions worldwide who are addicted to tobacco products, or are at risk of becoming addicted.

A comercialização da vacina levanta inúmeras questões pertinentes, nomeadamente a quem administrar a vacina. Às pessoas que desejam deixar de fumar? A qualquer pessoa que assim o entenda? A todas as crianças?

A segunda e a terceira opção, são sem dúvida as mais delicadas. Uma pessoa deve ter a liberdade para escolher o que fazer com a sua saúde, ou seja, deve poder escolher intoxicar-se da forma que bem quiser. Se uma vacina pressupõe a erradicação de um determinado agente, teoricamente estamos perante uma possível violação de liberdade. Então para que existe um plano nacional de vacinação? Deveriam as pessoas ter a opção de escolher se querem ou não contrair tuberculose ou tosse convulsa? Pois, é que neste último caso trata-se de uma ameaça à liberdade das outras pessoas. E no caso do tabaco não é? Muda-se a argumentação: Eu tenho a liberdade de fumar num espaço próprio, não incomodando ninguém. Na mesma linha, isolamos uma pessoa numa ilha deserta e injectamos-lhe um vírus qualquer, se ela assim o desejar. Pois, mas de facto é arriscado. Imaginemos que ela foge da ilha? Pois... Argumenta-se que são aspectos distintos. Então, onde se coloca a barreira? Qual a razão que a justifica? Para não falar de quem deverá ser a entidade a regular todo este processo...

[Adenda: Sobre o mesmo tema, ver "Uma questão de liberdades"]

Contratações

terça-feira, junho 27, 2006

A terceira derrota de Berlusconi


Voters in Italy have roundly rejected radical plans to boost the powers of the prime minister and regions in a nationwide referendum.

Diplomacia Trilateral?


Com estas declarações, não existem dúvidas que o embaixador iraniano ficou com uma excelente impressão da diplomacia portuguesa. Freitas do Amaral, com muita precaução, tem evitado falar sobre a matéria. Porém, não poderá manter o silêncio por muito mais tempo. Mas verdade seja dita, é preferível o silêncio às passadas declarações sobre a matéria...

segunda-feira, junho 26, 2006

Que jogo...

sexta-feira, junho 23, 2006

Timor


A crise política que se assiste em Timor-Leste, chegou a um ponto que parece não haver o mínimo de bom-senso político. A ameaça de demissão de Xanana Gusmão, parece-me uma posição tão arriscada politicamente, como socialmente, capaz de despertar uma guerra civil no país.
Mas enfim, não vou entrar em detalhes. Resta aguardar pelas demissões...

Público

Muito bom o artigo de Maria Fátima Bonifácio, hoje no Público, sobre a indisciplina nas escolas. Contrastando com o artigo de Paulo Rangel, faz uma abordagem que a meu ver é bem mais correcta, e verdade seja dita, sem qualquer intenção de fazer oposição ao governo.

Brasil


Para os interessados, recomendava este artigo do The Economist, onde se resume como está a decorrer a campanha para as Presidenciais no Brasil.

quinta-feira, junho 22, 2006

Um passo na direcção certa

Orange Revolution



Recomendado:

"Em busca da sustentabilidade?", pelo André Azevedo Alves.

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(...)

A alternativa seria confrontar o problema central dos sistema, dando aos trabalhadores a possibilidade de dirigirem as suas contribuições (ou pelo menos parte delas) para contas individuais de capitalização. Dessa forma, as poupanças de cada trabalhador seriam investidas e utilizadas para o pagamento das suas pensões quando atingissem a idade da reforma. Para além da regulação do sistema, o Estado poderia garantir o pagamento de uma pensão mínima a todos os reformados, devendo no entanto a componente redistributiva do sistema ser integralmente separada das contas individuais de capitalização, de forma a salvaguardar a sustentabilidade da Segurança Social.

quarta-feira, junho 21, 2006

3 Vitórias

terça-feira, junho 20, 2006

O papel de um PR


Fui apanhado de surpresa por estas declarações do nosso PR. Ainda há umas semanas, durante o seu "roteiro" para a inclusão social, manifestava-se preocupado com a situação do país. Agora confirma aquilo que o PM já tentara dizer, mas que ninguém acreditara. Portugal está a encontrar um caminho. Seja lá o que isso quer dizer, é preciso antes de mais afirmar que fica sempre bem a um PR dizer uma coisa destas, principalmente quando o seu predecessor nunca a usou naquele tempo verbal.

Eu não sei qual é o caminho a que Cavaco Silva se refere, embora tenha ficado curioso. Também não sei de que forma o presidente está a ajudar para encontrar esse caminho, mas certamente deverá ter dados que o cidadão comum não possui. O problema do nosso país não passa por encontrar caminhos, pois as possíveis alternativas já foram há muito tempo encontradas e incluídas em inúmeros mapas políticos (por algum motivo os problemas são sempre os mesmos...). Trata-se de enveredar pela melhor alternativa, tendo a coragem necessária para atingir o final do precurso.

Para mim, o papel do PR não pode, nem deve ser neutro. Isso seria esvaziar completamente o cargo de qualquer utilidade. Um presidente deve expressar a sua opinião nas mais diversas situações, e não apenas para se justificar perante um veto de uma proposta de lei. É aqui que deveria residir o poder do PR, na sua posição priveligiada na sociedade para expressar a sua opinião. Este deveria ser o principal argumento para o voto no PR. Esta seria a alternativa viável, para silenciar aqueles que defendem um aumento do poder presidencial.

Dados interessantes


A buoyant property market and strong economic growth have boosted the country's confidence, explaining perhaps why Spanish respondents appear to be the most supportive of more open, liberal economic policies. Sixty nine per cent of Spanish respondents agree that free trade is beneficial to them and their families, the highest rating among the five countries.

Some 52 per cent of Spanish respondents also agree with the proposition that employment increases as governments make it easier for employers to fire workers. Only 20 per cent of British respondents and 16 per cent of Germans think the same. The British also seem to believe that their country's investment regime is too open, with 68 per cent of respondents saying it is too easy for foreign companies to take over businesses in their country.

Presidenciais Francesas 2007




Não existem dúvidas que Segolene Royal começa a movimentar-se muito bem, para se lançar nas presidenciais francesas de 2007. Consegue estar numa semana a roubar votos à direita, defendendo uma postura autoritária em relação à educação, como dias depois aproxima-se da esquerda com este tema.

Sarkozy está permanentemente a ser acusado de arriscar demasiado nos flancos da extrema-direita, na tentativa de amplificar a sua base eleitoral. Pelos vistos, já não é o único a namorar os flancos. Mas como é óbvio, este tipo de campanha traz algumas desvantagens e riscos, nomeadamente, a dificuldade em apresentar um programa coeso e atractivo o suficiente para captar o voto dos flancos, e não libertar o voto do núcleo do partido.

segunda-feira, junho 19, 2006

Diga lá Excelência

Gostei de ouvir na Rádio Renascença a conversa com Vasco Pulido Valente. Recomendo o resumo da entrevista no Público de hoje.

Dúvida Existencial

Onde estava Freitas do Amaral no Sábado?

Sábado



Portugal evita incidente diplomático na Alemanha. A diplomacia portuguesa está de parabéns.

Actualizações

Infelizmente, não tenho tido oportunidade de actualizar este blog tantas vezes quanto desejaria por razões de trabalho. Veremos se nos próximos dias as coisas melhoram. Entretanto, espero que compreendam a situação...

sexta-feira, junho 16, 2006

Resumo da Cimeira Europeia



"I think what citizens want out of Europe is to concentrate on the bread and butter key issues."


Tony Blair

quinta-feira, junho 15, 2006

quarta-feira, junho 14, 2006

Uma questão que me colocaram...

Numa determinada situação, onde não existe liberdade de escolha, a opção e posterior acção deve ser responsabilizada?

Futebol e Política


Políticos alemães esperam que Portugal vença o Irão sábado, em Frankfurt, e contribua para o afastamento dos iranianos da fase seguinte do mundial de futebol, o que poderia evitar sérios embaraços diplomáticos a Berlim.

O governo alemão tem-se mostrado preocupado com a hipótese de uma visita à Alemanha do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinedjad, sobretudo depois de este ter negado publicamente a existência do Holocausto, o extermínio de seis milhões de judeus pelos nazis, durante a II Guerra Mundial.

Berlim não poderá, no entanto, recusar a entrada no país a Ahmadinedjad, por se tratar de um Chefe de Estado e também porque o governo alemão se comprometeu com a FIFA a autorizar a entrada de todas as delegações dos países que participam no mundial.

«Espero que haja uma solução desportiva», disse o deputado social-democrata Dieter Wiefelspütz, cuja opinião foi também secundada por deputados de todas as forças da oposição, liberais, verdes e neocomunistas.

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(...)

Para já, as coisas estão a correr mal aos iranianos, que foram derrotados no primeiro jogo do grupo D por 3-1 pelo México.

Em caso de segunda derrota frente a Portugal, o Irão muito dificilmente passaria à fase seguinte do mundial, embora dependa também do resultado da véspera no jogo entre Angola e México.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que o seu governo não foi informado até ao momento de que Ahmadinedjad pretenda visitar oficialmente a Alemanha.

Pelo sim, pelo não, responsáveis da área da coligação democrata-cristã e social-democrata no poder em Berlim já admitiram que o melhor seria Portugal derrotar o Irão para que o problema se resolva dentro das quatro linhas.

Recomendado

Ondas de paixão, pelo Tiago Mendes.


[Adenda: Ver também, na Mão Invisível, a sequela Ondas de paixão (2).]

Aniversário na Blogosfera

Os meus parabéns ao Tiago Alves e restantes escribas, pelo primeiro aniversário d'O Telescópio, um blog que gosto de acompanhar com regularidade. Continuação de bons posts!

terça-feira, junho 13, 2006

Extremismos

Ontem à noite, durante a minha sessão de zapping, confrontei-me com um programa "dito de debate", em que se dicutia o perigo que constituia a "Frente Nacional" para a nossa sociedade. Com alguma curiosidade, assisti por um breve período de tempo, o suficiente para compreender a ignorância e a estupidez presentes naquelas cabeças. O mote da discussão era a insegurança que estas associações causam no seio de uma sociedade, associações assentes em ideologias com pilares extremistas. Para sustentar a ideia (?), passou-se à apresentação de factos. Para isso, nada melhor que comentar a prisão do líder da Frente Nacional e os utensílios que o senhor e restante grupo utilizaram (ou utilizam), para provocar o pânico. No meio da apresentação destes factos, indiscutíveis segundo conclui, a apresentadora tem uma frase excepcional: "O pior de tudo, é nós permitirmos a existência de um partido fascista, de carácter nacionalista, com estas ideias extremistas, quando a nossa constituição o proibe!". Foi neste momento que fiquei completamento siderado. Depois deste argumento, continuei o meu processo de zapping, preferindo recalcar na minha memória aquela discussão.

Devo dizer que fico sempre muito surpreendido com a eloquência e a vivacidade com que muitas pessoas (que se intitulam a favor da liberdade e democracia), criticam veementemente tudo o que se assemelha com ideologias nacionalistas, não se inibindo em colocar os mais diversos rótulos, sendo o mais popular o de fascista e o de "extrema direita". Não se cansam de repetir o perigo que é possuir no nosso espectro político, partidos assentes em ideologias extremistas. Com um certo ruído de fundo, os tambores da extrema-direita assustam tudo e todos. E não é para mais, a mim também me assustam. Os ideais de uma democracia, não se coadunam de forma alguma com os valores extremistas com que certos partidos do espectro político defendem. Porém, é necessário separar as águas. Quando se discute o perigo para a sociedade de grupos nacionalistas, não será certamente pela sua visão dos impostos ou se a maioria dos serviços devem ser públicos ou privados. Trata-se da acção de cidadãos, que por alguma razão, decidiram consciente e intencionalmente, provocar distúrbios nas ruas, ameaçando a ordem de uma sociedade, não respeitando valores essenciais de uma democracia, como o respeito e a tolerância pelo próximo. Preocupa-me tanto este grupo que está a causar distúrbios na nossa sociedade, como qualquer outro, que se possa autodenominar seguidor de um qualquer ideal político. A solução para este problema não envolve longas discussões sobre as qualidades e benefícios de ideologias, mas simplesmente a aplicação imediata da Lei.

A História deu-nos a conhecer o resultado da acção de inúmeras filosofias, pelas piores maneiras possíveis. Demonstrou-nos também, o que aconteceu quando se tentou reprimir determinados nervos da sociedade. O extremismo político, é sem dúvida, um tema difícil e bastante polémico. Tanto à direita como à esquerda, existem exemplos terríveis da sua aplicação. Porém, é necessário ter consciência que antes da sua dimensão política, o Homem possui uma dimensão humana, através do qual se relaciona em sociedade. A má mistura de ambas, foi o mote para trágicos momentos da História. É verdade que são preocupantes muitas das ideias veiculadas por partidos ligados a uma ala nacionalista, de um espectro político extremo. Porém, são tão ou mais preocupantes as filosofias políticas que defendem um clima autoritário, assentes num espectro extremista e que se defendem através de simples truques de semântica.

Nota: Hoje, através do Arte da Fuga, cheguei a este texto do António Torres sobre o mesmo tema.

segunda-feira, junho 12, 2006

EU - Turkey


3 Points

Quote

The sportive, knightly battle awakens the best human characteristics. It doesn't separate, but unites the combatants in understanding and respect. It also helps to connect the countries in the spirit of peace. That's why the Olympic Flame should never die.


Berlin Olympic Games

sábado, junho 10, 2006

Discursos



Com a experiência que começo a adquirir no estilo do nosso PR, começo a notar que simpatizo com a sua maneira de actuar, mas nem por isso com a sua maneira de "falar". Quero dizer que no que toca a coisas práticas, de gabinete, acho que Cavaco Silva até nem tem estado mal. Porém, no que toca a discursos, Cavaco tem deixado muito a desejar.

Desta forma, não mostrei grande interesse com os discursos de hoje, tendo em conta quem seriam os oradores e o propósito da ocasião. Todavia, confesso que se tivesse oportunidade não teria me importado em ouvir este outro discurso.

Já há algum tempo que não me canso de elogiar o timing deste governo nas mais diversas áreas (um dos escassos elogios que tem tido da minha pessoa), e hoje percebeu-se que até em cerimónias isso percebe-se de forma impressionante. Celebrar o dia de Portugal no dia anterior à estreia da selecção no Campeonato Mundial de Futebol, com as pessoas todas contentes e vibrantes com o acontecimento, com uma bandeirinha à janela, é de génio! Nota 18 para os camisolas 12 da nossa selecção, o Prof. Cavaco Silva e o Eng. José Sócrates.

sexta-feira, junho 09, 2006

Picture of the Day

Recomendado: Maximização da Utilidade

Já está diponível o excelente artigo do Sérgio dos Santos publicado na Dia D: Maximização da Utilidade:

(...)

Obviamente, sempre existirão os que preferem o método de funcionamento deste esquema, por hipocrisia própria ou, simplesmente, pelo desejo de viver num regime de socialismo selvagem em que todos dizem contribuir solenemente para uma hipotética causa comum e, em simultâneo, batalham entre si por extrair dessa mesma causa o máximo possível à custa dos que estão impossibilitados de o fazer. Escondida sobre a pretensa promoção da igualdade social, a naturalidade das suas consequências é absolutamente previsível, sendo a única forma de pôr fim a esta espiral destrutiva uma consciencialização dos mais honestos sobre a incoerência que representam todas estas práticas ideológicas quando aplicadas à sociedade e à natureza humana tal como a conhecemos.

Se se deseja, efectivamente, o melhor, tanto para nós mesmos como para os outros, a forma mais natural, justa e moral de o fazer é através do respeito por princípios basilares de qualquer sociedade próspera como a propriedade privada e a iniciativa individual.

Referendum



Mundial 2006



Se fosses uma selecção de futebol presente no Mundial qual serias?


Quase parece que acordou ontem...



Uma dúvida existencial: Será apenas a CAP?

Nada que nós não suspeitássemos...

Concluiu-se que só mesmo com uma quota foi possível colocar a Dra. Ana Gomes nas lides legislativas. Com o actual rumo das coisas, só mesmo quando estas acabarem e outros factores de qualificação forem implementados, é que será possível retirar essa senhora dos lugares que têm nas mesas uma plaquinha a dizer "Portugal". Até lá, continua o descalabro.

Numa coisa eu tiro o chapéu à Dr. Ana Gomes. A coragem para demonstrar que no PS, os critérios de paridade são deveras mais importantes que qualquer critério ligado ao mérito. São nestas pequenas coisas que vamos compreendendo a razão para a classe política estar como está. E depois existem aqueles que ficam todos surpreendidos com as declarações da Dra. Maria Filomena Mónica... Haja paciência...

Back on track...

Nada melhor do que uma breve viagem para colocar este blog de novo na rota certa.


P.S. Aproveito para dizer que o Aeroporto de Lisboa está um perfeito caos. Onde antes estavam os seguranças, estão agora as máquinas para detecção de metais. Porém, para lá chegarmos, colocaram aquelas barreiras "com fitas", tipo banco. Até nem tinha nada de mais, se não fosse o facto de existirem cerca de 15 curvas e contracurvas para conseguirmos chegar ao fim do longo e sinuoso labirinto.

quarta-feira, junho 07, 2006

Presos políticos / Políticos presos

Parece que ainda existem no nosso país presos políticos, mas aparentemente não por razões políticas.

Quote of the Day

Many forms of Government have been tried, and will be tried in this world of sin and woe. No one pretends that democracy is perfect or all-wise. Indeed, it has been said that democracy is the worst form of government except all those other forms that have been tried from time to time.


Winston Churchill

Estado, estado e mais estado...

Até poderiam ter piada, se não fossem repetidas há décadas sem qualquer alteração...

Consumismo Literário



Ontem ao fim da tarde, tive oportunidade de visitar a Feira do Livro. Logo de início, mentalizei-me que tinha de exercer algum auto-controle, de modo a não ceder a impulsos consumistas. Durante a parte inicial, convenci-me de que apareceriam melhores livros na recta final, não havendo necessidade de esbanjar já as minhas escassas economias (uma desculpa fútil, para recalcar os meus impulsos). Porém, bastou trocar de sentido no Parque Eduardo VII, para que os livros se começassem a acumular. Está visto que nos próximos tempos não posso entrar em livrarias...

terça-feira, junho 06, 2006

Alan Garcia



Eleito Presidente do Peru. Constitui o primeiro "travão" à emergência do socialismo na América Latina. Uma derrota para Hugo Chavéz e seus compatriotas.

Constitutional Ban


Urged on by President George W. Bush, the U.S. Senate on Monday debated a constitutional ban on same-sex marriage that both backers and opponents say has little chance of passage.

Bush, speaking out again on the hot-button election-year issue, and other advocates said the amendment would prevent "activist judges" from striking down existing state laws that prohibit same-sex marriage.

Opponents said the measure was a transparent attempt to shore up support among social conservatives before November's congressional election, in a similar manner to the 2004 presidential campaign, when Congress should be dealing with issues like high gasoline prices and the war in Iraq.

"The reason for this debate is to divide our society, to pit one against another," Minority Leader Harry Reid, a Nevada Democrat, said.

"It's this administration's way of avoiding the tough, the real problems that American citizens are confronted with each and every day."

Bush pressed the issue before supporters at the White House.

"State legislatures are trying to address this issue, but across the country they are being thwarted by activist judges who are overturning the express will of their people," he insisted at the news conference.

segunda-feira, junho 05, 2006

Interessante

A réplica do Tiago Mendes, ao post do António Costa Amaral "Sindical-Parasitismo".

O Mito das Faculdades de Medicina

A propósito deste post do Rui de Albuquerque, julgo que é necessário esclarecer alguns pontos.

1. A solução para a falta de médicos em diversas regiões do país não passa pelo aumento de vagas nas faculdades de medicina, mas sim pela redistribuição dos diversos trabalhadores ligados ao ramo da saúde. Se compararmos o número de médicos por densidade populacional, tendo por base a geografia de Portugal, teríamos dados que nos fariam reflectir de outra forma sobre o problema.
2. As faculdades de medicina portuguesas enfrentam sérias dificuldades em leccionar o curso para o crescente número de alunos. Não nos esqueçamos que não se trata de um curso que basta confinar alunos num espaço, e fazê-los debitar diagnósticos e fármacos. Envolve uma grande interface entre tutor médico, aluno e doente(s). Por outro lado, uma faculdade de medicina encontra-se sempre associada a um hospital universitário, e dado o incremento de alunos no curso, as condições de aprendizagem estão a perder qualidade, havendo situações completamente lastimáveis (tanto para os alunos como para os doentes).

3. A entrada de X alunos para uma faculdade de medicina, não garante ao fim de dez anos (ou mais, consoante a especialidade), a saída de X profissionais médicos. Para além da formação perder qualidade (pelo aumento desproporcionado de vagas), o que se repercute obviamente na qualificação dos profissionais, isso não resolve o problema. Aumentar o número de vagas no curso, sem aumentar o número de vagas nos internatos, torna a primeira medida completamente inútil. Formamos lincenciados em medicina na fase I, mas não conseguimos passar o mesmo número para a fase II, não esquecendo que aqueles que terminaram a fase I, não têm permissão para exercer!

4. Por tudo isto, não faz qualquer sentido aumentar ainda mais o número de vagas nas faculdades já existentes. Utilizar o argumento de que se estão a formar mais de mil licenciados em Espanha que depois vêm trabalhar para Portugal é não compreender a realidade. Se porventura efectuassem a especialidade no país vizinho, e depois voltassem a Portugal, a situação seria diferente. Porém, não é isso que acontece. Dada a taxa de desemprego médico em Espanha (e noutros países), as vagas para os internatos de especialidade são poucas, face à procura. Assim, não faz qualquer sentido estarmos a olhar cheios de inveja para a quantidade de alunos a estudar Medicina em Espanha, porque isso não vai resolver o problema.

Heavy Hand



Military training for unruly French teenagers. Boot camp for their parents. A heavy hand and zero tolerance. The latest rhetoric from the far right? No, these ideas are coming from the top Socialist contender for next year's presidential race, Segolene Royal.

Her hard-line response to renewed violence in troubled suburbs this week sounds strangely similar to that of her chief rival on the right, Interior Minister Nicolas Sarkozy. The battle is on between the two dynamic figures, and Royal's latest salvo attests that security will loom large in the election campaign.

It caught Sarkozy off guard - but also worried many of Royal's fellow leftists, uneasy about her soaring popularity and her departures from the Socialist Partyline. The party has yet to choose its candidate for 2007, and many are jockeying for the spot.

"We need a return to the heavy hand," Royal said Wednesday night on a visit to Bondy, a suburb east of Paris hit by rioting that swept impoverished French neighborhoods for weeks last fall.

Notas do fim-de-semana

1. O momento pelo qual a esquerda ansiava aconteceu - o primeiro veto de Cavaco Silva! A patética lei da paridade, que agora retorna à AR, foi o alvo do nosso presidente. As reacções do PS foram muito discretas (como se podiam prever), e como o PCP tinha votado contra a lei, o rosto da oposição ao PR foi o BE. Porém, antes de analisar a emotiva resposta do BE, convém ler o comunicado do PR.
2. Não era meu propósito comentar o lamentável/caricato episódio, da proposta de criação do Dia do Cão pelo PSD, mas dada a diversidade de notícias que li sobre o assunto não posso evitar. Resumo dos factos (?): Parece que um grupo de parlamentares sociais-democratas decidiram fazer uma proposta para a criação do Dia do Cão. Um dos subscritores é o líder da bancada parlamentar do PSD, Marques Guedes. Pouco tempo depois da apresentação, o deputado Hugo Velosa (do PSD) refere que o partido tem coisas mais importantes para tratar do que a proposta em causa. Horas depois, é transmitido um comunicado em que se refere que a direcção do PSD distancia-se da proposta parlamentar do PSD (!). Se não conhecesse melhor o meio político português, até era capaz de ficar assustado. Mas pensando bem, apenas estamos a seguir o rumo de outros países neste tipo de matérias. (Sobre o assunto, recomendo a leitura do artigo de Helena Matos, no Público de Sábado).

Coisas que se descobrem no início da semana, numa ronda pelos blogs...

"Cuba é uma democracia."

quinta-feira, junho 01, 2006

A psicologia das reacções

É de facto interessante analisar as reacções dos sindicatos, das diversas ordens profissionais, associações e restantes entidades "ditas de protecção da classe trabalhadora" nos tempos que correm.

São nestas alturas que se torna mais fácil compreender, como é que determinados direitos e privilégios "sociais" podem constituir um foco de bloqueio para a modernização de uma sociedade. Um foco que assenta em pilares organizacionais errados, como a diluição da responsabilidade e o desprezo pelo combate à ineficiência interna.

"Free" Education and Literacy


Dada a intensa discussão sobre Educação que actualmente decorre no nosso país, eis uma leitura interessante:

A common view promoted by advocates of "free" or public education is that a system primarily based on fees would cause many children to forego an education. Subsequently, literacy rates would decline, and America would slide down a slippery slope toward low economic growth and stagnation. Whether education is part and parcel to economic growth is not the concern of this article. Rather, the charge of illiteracy in a fee-based or privatized system seems to be weak at best, considering the history of education in America and England.

(...)

The reason behind the successes of private, fee-based systems should be elementary to any student of economics: Private businesses are consumer oriented. The feedback of profit and loss tells an entrepreneur when they satisfy, or fail to satisfy, the needs of consumers. Entrepreneurs who continue to lose eventually cease to be entrepreneurs. Conversely, profit is a reward to entrepreneurs who correctly anticipate consumer wants. A brief look at the private schools of the period attests to these facts. Private schools offered a varied curricula to students. While public schools concerned themselves with the three R's, private schools offered courses in geography, bookkeeping, geometry, trigonometry, surveying, French, German, history, and sometimes dancing.[ix] Specialty and night schools emerged to meet the growing demand of consumers. Many states cut local funding for schools after the American Revolution, but private education thrived.

Why then, did Mann and other so-called reformers lead a call-to-arms to bring public, free schools to all children? One reason is that consumers preferred the quality of the private schools. Although attendance per se did not decline from 1830 to 1840, attendance in public schools began to fall faster and faster. Mann and his followers developed many arguments to attack the private schools. Such arguments ranged from bad parents who refused to educate their children, to calls of private education being "undemocratic." Economic arguments concerning economic growth, crime, and educated voters were also used in an attempt to solidify the position of public schools. Once educators and administrators organized into powerful lobbying groups, the die of our modern public system was cast. Few people can afford to pay for education twice: once through fees, and once through the fiat of taxation.

Most people now realize the failure of public schools, even those who seek only to reorganize a bad system. Parents certainly realize this fact, since private and home schooling is again on the rise. Apparently, many people find that paying twice for education is better than receiving little education at all. Economic theory shows us that private businesses cater to the needs of diverse consumers far better than bureaucracies. History tells us that a private system is feasible, that those at the bottom of the ladder will gain the education they need, and that literacy will not suffer if the mass of the pubic education system disappears—if only we will listen.


Barry Dean Simpson