quinta-feira, junho 29, 2006

NicVax


Está a ser desenvolvida actualmente uma Vacina Anti-Nicotina, a NicVax, com o objectivo de tratar e prevenir o "vício" na nicotina. O mecanismo é simples: Criam-se anticorpos anti-nicotina, que se ligam à nicotina, impedindo que esta última actue no cérebro causando a sensação de prazer.
Embora a vacina esteja ainda em fase de experimentação, é interessante verificar o objectivo da farmacêutica.
NicVAX is being developed to help the millions of patients in the U.S. and potentially billions worldwide who are addicted to tobacco products, or are at risk of becoming addicted.

A comercialização da vacina levanta inúmeras questões pertinentes, nomeadamente a quem administrar a vacina. Às pessoas que desejam deixar de fumar? A qualquer pessoa que assim o entenda? A todas as crianças?

A segunda e a terceira opção, são sem dúvida as mais delicadas. Uma pessoa deve ter a liberdade para escolher o que fazer com a sua saúde, ou seja, deve poder escolher intoxicar-se da forma que bem quiser. Se uma vacina pressupõe a erradicação de um determinado agente, teoricamente estamos perante uma possível violação de liberdade. Então para que existe um plano nacional de vacinação? Deveriam as pessoas ter a opção de escolher se querem ou não contrair tuberculose ou tosse convulsa? Pois, é que neste último caso trata-se de uma ameaça à liberdade das outras pessoas. E no caso do tabaco não é? Muda-se a argumentação: Eu tenho a liberdade de fumar num espaço próprio, não incomodando ninguém. Na mesma linha, isolamos uma pessoa numa ilha deserta e injectamos-lhe um vírus qualquer, se ela assim o desejar. Pois, mas de facto é arriscado. Imaginemos que ela foge da ilha? Pois... Argumenta-se que são aspectos distintos. Então, onde se coloca a barreira? Qual a razão que a justifica? Para não falar de quem deverá ser a entidade a regular todo este processo...

[Adenda: Sobre o mesmo tema, ver "Uma questão de liberdades"]

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