A propósito deste post do Rui de Albuquerque, julgo que é necessário esclarecer alguns pontos.
1. A solução para a falta de médicos em diversas regiões do país não passa pelo aumento de vagas nas faculdades de medicina, mas sim pela redistribuição dos diversos trabalhadores ligados ao ramo da saúde. Se compararmos o número de médicos por densidade populacional, tendo por base a geografia de Portugal, teríamos dados que nos fariam reflectir de outra forma sobre o problema.
1. A solução para a falta de médicos em diversas regiões do país não passa pelo aumento de vagas nas faculdades de medicina, mas sim pela redistribuição dos diversos trabalhadores ligados ao ramo da saúde. Se compararmos o número de médicos por densidade populacional, tendo por base a geografia de Portugal, teríamos dados que nos fariam reflectir de outra forma sobre o problema.
2. As faculdades de medicina portuguesas enfrentam sérias dificuldades em leccionar o curso para o crescente número de alunos. Não nos esqueçamos que não se trata de um curso que basta confinar alunos num espaço, e fazê-los debitar diagnósticos e fármacos. Envolve uma grande interface entre tutor médico, aluno e doente(s). Por outro lado, uma faculdade de medicina encontra-se sempre associada a um hospital universitário, e dado o incremento de alunos no curso, as condições de aprendizagem estão a perder qualidade, havendo situações completamente lastimáveis (tanto para os alunos como para os doentes).
3. A entrada de X alunos para uma faculdade de medicina, não garante ao fim de dez anos (ou mais, consoante a especialidade), a saída de X profissionais médicos. Para além da formação perder qualidade (pelo aumento desproporcionado de vagas), o que se repercute obviamente na qualificação dos profissionais, isso não resolve o problema. Aumentar o número de vagas no curso, sem aumentar o número de vagas nos internatos, torna a primeira medida completamente inútil. Formamos lincenciados em medicina na fase I, mas não conseguimos passar o mesmo número para a fase II, não esquecendo que aqueles que terminaram a fase I, não têm permissão para exercer!
4. Por tudo isto, não faz qualquer sentido aumentar ainda mais o número de vagas nas faculdades já existentes. Utilizar o argumento de que se estão a formar mais de mil licenciados em Espanha que depois vêm trabalhar para Portugal é não compreender a realidade. Se porventura efectuassem a especialidade no país vizinho, e depois voltassem a Portugal, a situação seria diferente. Porém, não é isso que acontece. Dada a taxa de desemprego médico em Espanha (e noutros países), as vagas para os internatos de especialidade são poucas, face à procura. Assim, não faz qualquer sentido estarmos a olhar cheios de inveja para a quantidade de alunos a estudar Medicina em Espanha, porque isso não vai resolver o problema.
3. A entrada de X alunos para uma faculdade de medicina, não garante ao fim de dez anos (ou mais, consoante a especialidade), a saída de X profissionais médicos. Para além da formação perder qualidade (pelo aumento desproporcionado de vagas), o que se repercute obviamente na qualificação dos profissionais, isso não resolve o problema. Aumentar o número de vagas no curso, sem aumentar o número de vagas nos internatos, torna a primeira medida completamente inútil. Formamos lincenciados em medicina na fase I, mas não conseguimos passar o mesmo número para a fase II, não esquecendo que aqueles que terminaram a fase I, não têm permissão para exercer!
4. Por tudo isto, não faz qualquer sentido aumentar ainda mais o número de vagas nas faculdades já existentes. Utilizar o argumento de que se estão a formar mais de mil licenciados em Espanha que depois vêm trabalhar para Portugal é não compreender a realidade. Se porventura efectuassem a especialidade no país vizinho, e depois voltassem a Portugal, a situação seria diferente. Porém, não é isso que acontece. Dada a taxa de desemprego médico em Espanha (e noutros países), as vagas para os internatos de especialidade são poucas, face à procura. Assim, não faz qualquer sentido estarmos a olhar cheios de inveja para a quantidade de alunos a estudar Medicina em Espanha, porque isso não vai resolver o problema.
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