Tem-se assistido ultimamente a uma acesa discussão sobre liberalismo em vários encontros culturais por todo o país, algumas vezes de maneira populista e com erros de índole histórica e política.
O liberalismo, surgiu no seio do Iluminismo Françês como ideologia que promovia a liberdade do indivíduo, como motor do desenvolvimento da sociedade. O liberalismo como ideologia política, defende a redução do papel do Estado nos assuntos económicos, de modo a ampliar o papel do indivíduo, e defende a abertura dos mercados ao exterior, de modo democrático e pacífico, procurando um maior entendimento e coesão entre as várias nações mundiais.
A burocracia na máquina estatal é um erro, e a política liberal defende a redução acentuada do Estado na vida do cidadão, em medidas como a dinamização dos serviços públicos. O liberalismo defende mudanças nos sectores que necessitem de reformas, num estilo pragmático e coerente, não compatível com falsas éticas partidárias. O Estado deve ser reduzido apenas às suas funções essenciais, tal como a segurança, a justiça, entre outros.
As políticas do liberalismo apenas respondem à lei, e será de acordo com esta que faz sentido falar em ética.
Fico surpreendido em verificar, que muito boa gente, que se auto-intitulam de eruditos, discutam liberalismo em conjunto com temas, tais como o aborto, a homossexualidade, entre outros. Liberalismo e Catolicismo, são incompatíveis na medida em que não se coordenam nestas questões-chave, referem várias vezes. Isto está profundamente errado, já que vai contra as premissas fundadoras desta ideologia política. O liberalismo entende que as suas políticas, apenas e só se adequam ao foro político, independentemente das questões privadas e pessoais dos cidadãos que o defendem e o utilizam para governar. Só assim pode-se promover a liberdade do cidadão.
Devido a isto, conclui-se que não faz qualquer sentido falar em confronto entre Catolicismo e Liberalismo, e muito menos em incompatibilidades, já que discutimos temas de cernes completamente distintos!