segunda-feira, junho 20, 2005

Cimeira europeia II...



"Uma pausa para reflectir". Foi assim que Durão Barroso classificou o adiamento dos referendos europeus. Eu chamaria: "Tempo fruto da cobardia de líderes europeus, que não acreditam nesta Europa". Tal como tinha afirmado em anteriores posts, sou a favor da continuação da ratificação do tratado nos restantes países, e acho um erro a paragem (o termo pausa é apenas um eufemismo, é preciso dizê-lo...). Em politíca não existem pausas, e apenas Shroeder (embora com um pé fora do seu gabinete) foi um dos poucos a se aperceber disso...

Nota positiva para José Sócrates, que propôs na cimeira a realização de todos os referendos na mesma data. Acho uma excelente ideia, que sem dúvida era um trunfo a favor do sim, visto representar simbolicamente a unidade e coesão europeia. Infelizmente, embora com os apoios da Polónia, Áustria e Espanha, a proposta não foi aprovada.

Para finalizar gostaria de dar os meus sinceros parabéns aos 10 novos países da UE. Foram estes, aqueles que mais acreditaram nesta cimeira, propondo uma redução dos seus fundos esperando desta forma, um entendimento dos restantes países (santa ingenuidade...).

Fiquem bem

3 comentários:

Anónimo disse...

Não achas que, se houvesse um referendo simultâneo em toda a Europa, e em poucos países muito populosos o resultado fosse um, e nos outros o contrário, ainda ficavamos mais parados?
Jorge Gustavo

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

É uma boa questão, principalmente porque colocas "poucos e populosos" versus "muitos e pouco populosos", o que complica bastante as coisas. Acima de tudo, acho que se tal desfecho acontecesse, era um desafio de grande escala para a UE, já que era testado o príncipio da proporcionalidade, uma "bandeira" da UE. Todavia, este referendo simultãneo foi proposto após os "grandes países" terem ido a votos. Alemanha, Áustria, Espanha e Itália, os principais motores da UE ratificaram favoravelmente o tratado, tendo apenas a França como baixa. Um referendo simultâneo nesta altura teria apenas como "grande" país o Reino Unido, perante vários outros países (não muito populosos) mas cujo papel na nova Europa é crucial (ex: os novos países...). Creio que a análise efectuada seria muito mais númerica e inter-estatal e favorecia desta forma todo o tratado e a própria UE...

Espero ter respondido à questão...

Fica bem

Anónimo disse...

Não achas que o "non" francês foi uma decisão meramente a contestar a política interna francesa?
Acho que esta decisão dos franceses não teve por base uma decisão pensada e consistente com o papel que sempre desempenharam numa Europa que ambiciona união...
Quanto a realizar os referendos em simultâneo julgo que teria sido a decisão mais acertada pois para os cidadãos politicamente leigos não teriam a extrapolação dos resultados dos demais países e das motivações que os impulsionaram em determinada escolha...
Como parte dos "grandes e poderosos" já expressaram a sua opinião só nos resta saber como é que em Portugal vai encarar esta questaão que nos diz respeito muito mais do que possamos pensar..

Marguinha**