domingo, outubro 30, 2005

250 anos

A Cultura da Esquerda



Através d' O Insurgente, descobri este interessante artigo de Paulo Roberto de Almeida:


«A cultura da esquerda: sete pecados dialéticos que atrapalham seu desenvolvimento:


1. A esquerda é estupidamente anti-mercado.

2. Ela é (falsamente) igualitarista.

3. Ela se posiciona contra a “democracia formal”, preferindo a “democracia real”.

4. A esquerda é geralmente estatizante (o que é, realmente, uma pena).

5. Ela é anti-individualista, preferindo os “direitos coletivos”.

6. Ela é tristemente populista e popularesca.

7. Também costuma ser voluntarística e anti-racionalista.»

sábado, outubro 29, 2005

Sucessão Política




A estabilidade governativa que a Madeira atravessa, tem como principais alicerces a coesão, a firmeza e a estabilidade interina do PSD/Madeira, focado no seu líder incontestado Alberto João Jardim. É a existência deste poder político forte, que constuitui o motor principal do desenvolvimento da economia da RAM. Não é o objectivo deste post discutir polémicas eleitorais e governativas, mas apenas analisar as alterações que a política madeirense sofreu neste ano, mais concretamente no seio do PSD/Madeira.

O carisma e o pulso forte que AJJ imprimiu na política madeirense, fez com que desde muito cedo não houvesse necessidade de eleições para líder. Quanto mais os anos passavam, esse estatuto afirmou-se de uma forma inédita, e incontestada. A maneira simples, directa e muitas vezes politicamente incorrecta fizeram AJJ um governante virado para o povo, em vez da classe política. Nunca um militante do PSD/M ousou desafiar as decisões do líder, e AJJ não perdoava traições no seio dos sociais democratas madeirenses. Foi esta presença forte, aliada a uma oposição medíocre, que construiu um PSD forte e coeso por toda a ilha, e disciplinado internamente.

Este ano, discutiu-se a alteração da lei eleitoral na Madeira. Suprendendo tudo e todos, AJJ sem o conhecimento da comissão política PSD/M, dá luz verde para que Guilherme Silve aprove na AR um acordo entre PSD e PS, de modo a implementar na Região um círculo eleitoral único. A notícia caiu como uma bomba na sede do PSD/M. Coito Poita, deputado na Assembleia Legislativa Regional e vice-presidente da bancada PSD, manifestou-se completamente contra estra proposta e mostrou-se surpreendido pelo acordo, visto que esta proposta não tinha como autores nem o PS, nem o PSD, mas sim a CDU. "Criando-se um único círculo para toda a Região, estamos a admitir que, no futuro, não sendo possível conseguir a maioria absoluta dos deputados, a Madeira ficará ingovernável", afirmou o deputado. A implementação de um círculo único (bem como a redução do número de deputados de 68 para 47), faria com que a maioria absoluta do PSD no parlamento regional, ficasse muito mais reduzida. AJJ estava ausente quando a polémica estalou, e dias depois era marcada uma reunião da comissão política do PSD/M. Jardim impôs a sua autoridade, e acalmou os ânimos. "Quem não estiver satisfeito que vá embora." - disse, lembrando que segundos os Estatutos do PSD, era ele o responsável pela tomada de decisões do foro do PSD/M.

Nesta árduo mês para os sociais democratas madeirenses, o problema da sucessão de Jardim e da governabilidade do executivo laranja são temas que voltam a ser debatidos. Uma aliança com o PP não é posta de parte, já que é vital, segundo o PSD/M, impedir que a esquerde chegue ao poder (um facto interessante é que com a nova lei eleitoral, o PP é o partido que mais beneficia e sobe em número de deputados). AJJ propôs-se a reflectir sobre estes temas, e confessou que apenas em 2007 anunciará à população o seu futuro político.

AJJ é um político experiente, e estará sem dúvida a compreender os diversos sinais do desgaste do partido político que lidera. Não acredito que abandonará orfão o partido que ajudou a construir, e que defendeu durante toda a sua vida. Todavia, a sua sucessão não será obviamente tarefa fácil. Um líder com o carisma e a personalidade forte de Jardim, com o seu modo de estar único na política, e a maneira como moldou o partido à sua imagem, fazem com que a continuidade pós-Jardim se torne uma desafio que nem todos estão à altura de empreender. Caso alguém consiga a confiança dos militantes, espera-lhe um desafio ainda maior: a avaliação da população. Após 30 anos habituada a um político a quem conferiam confiança e credibilidade, como regirão a um novo líder? Por outro lado, com AJJ fora de cena, nomes fortes do PS irão sair da sombra. São muitos aqueles que anseiam pela saída do líder laranja, para assaltarem a liderança do principal partido da oposição, pois sabem que a mudança no PSD constitui uma oportunidade única para se afirmarem na região, principalmente após as alterações na lei eleitoral.

A sucessão pós-Jardim terá que ser feita com cautela, e sem pressas. As personagens dessa batalha terão que ser pessoas com grande destaque público, com uma forte experiência política, e na minha opinião com um estilo completamente diferente de AJJ. Digo isto, porque muitos dos "delfins" incorporaram em si próprios o estilo Jardim, sendo esse um péssimo mote para ser o sucessor do actual líder. São poucos aqueles que se encaixam neste perfil, mas existem.

Isto não me cheira a Social Democracia...

Pacheco Pereira, no Abrupto:

O orçamento devia ser recusado porque precisamos vitalmente de outra coisa, precisamos de mais liberalismo, de mais liberdade económica, de mais espírito empresarial. Sem mais “crise” (das que falava Schumpeter) e sem mais “boa” insegurança, não somos capazes de mudar. O estado tudo faz para nos poupar a essa insegurança, e, como toda a Europa, afundamo-nos, pouco a pouco, na manutenção, geracionalmente egoísta, de um modelo social insustentável a prazo e que nos condena a definhar. É verdade que duvido que hoje alguém consiga ganhar uma eleição propondo o fim do conforto providencial, mas isso remete para a perda de margem de manobra democrática, face ao crescendo demagógico. E nem sequer vale a pena apelar á racionalidade, porque ela, a não ser para meia dúzia de iluminados normalmente sem fome e com emprego certo, aconselha a ter a pomba na mão a troca-la pelas duas que estão a voar. Estamos de facto, um pouco tramados, mas se calhar foi sempre assim na história.

Parece-me que Pacheco Pereira converteu-se ao liberalismo. Mais vale tarde do que nunca!

Paciência Democrática


Uma decisão sensata, e gostei das palavras utilizadas para a justificar.

sexta-feira, outubro 28, 2005

A ler

António Ribeiro Ferreira, no Estado do Sítio:

Manifestos Presidenciais




O cargo de Presidente da República, no contexto da nossa constituição é um cargo limitado. A sua função não é governar, mas sim constituir um observador atento da sociedade civil e política, avaliar os diplomas da assembleia, e promulgá-los ou vetá-los consoante a sua opinião, de acordo com a Constituição da República Portuguesa. Desta forma, os manifestos dos candidatos à presidência são completamente inúteis. São bonitos, apelativos e alguns até têm ideias interessantes, mas ficam-se por aí. Um Presidente da República não tem poderes de impôr uma à Assembleia da República. Assim, manifestos como o de Cavaco Silva, devem ser encaminhados para o gabinete de José Sócrates, pois dessa maneira teram utilidade.

Um cidadão não deve votar pelo manifesto, pois estas eleições não se tratam de ver que tem melhor programa eleitoral. Trata-se de escolher a pessoa que achamos melhor capaz de representar o nosso país a nível internacional, que melhor experiência e capacidade possui em avaliar os diplomas da assembleia, de forma racional, séria e independente, de modo a promover um maior desenvolvimento do país, e contribuir para uma maior coesão nacional.

quinta-feira, outubro 27, 2005

"Harriet Miers Withdraws Nomination"



Harriet Miers withdrew this morning as a nominee for the U.S. Supreme Court.


[Washington Post]


É uma decisão sensata. A união da oposição a Miers foi tal, que não fazia sentido levar esta questão ao senado, principalmente depois das notícias que vieram a público nos últimos dias, quanto ao teor dos seus discursos passados. Bush será certamente mais prudente na pessoa que nomear para o Supremo, para substituir a juíza Sandra Day O'Connor.

Uma razão para votar Cavaco

Sócrates aprovou arranque do aeroporto da Ota.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Reserva Federal Americana




Sobre a sucessão de Alan Greenspan, na Reserva Federal Americana, aconselho a leitura deste artigo do Economist, que enuncia a maneira extraordinária como este homem ocupou o cargo mais influente da economia mundial.

Because Mr Greenspan is widely rated by investors as the greatest central banker ever, their confidence in his mystical powers has helped to hold down bond yields and prop up the dollar. But combine America's domestic and external financial deficits with a looming “Greenspan deficit” next year and markets could well push down the dollar and push up bond yields, thereby bursting the housing bubble. With inflationary pressures rising, the new Fed chairman will need to push short-term interest rates higher; there will be much less room to cut rates later, as Mr Greenspan did after the stockmarket bubble burst in 2001. Would any sane person want this job?


É interessante verificar o nome e o perfil que o artigo traçava para o sucessor de Greenspan. Todavia, a escolha de George W Bush ficou-se pelo presidente do Conselho de Assessores Económicos da Casa Branca, Ben Bernanke.

Frase do dia (de ontem)




«Comigo em Belém os portugueses podem dormir tranquilos»


É o chamado Genérico Soares, cuja substância activa é a benzodiazepina socialistam.

Só para avisar...




Faltam 5 dias para acabar o mês de Outubro.

terça-feira, outubro 25, 2005

Empresarialização




O Ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou hoje que os Hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de São João, no Porto, serão transformados em Entidades Públicas Empresariais (EPE). Esta medida é tomada procurando controlar as despesas daqueles que são os dois maiores hospitais do país. Segundo o OE 2006 as verbas para o HSM rondam os 276 milhões de euros, e para o HSJ os 269 milhões de euros.

Esta medida revela a habitual cultura política portuguesa. Não conseguindo tornar mais eficientes determinados sectores, através de reestruturações e remodelações, coloca-se mais dinheiro no problema, esperando daí advir a solução. Neste caso concreto, como não não se consegue controlar a despesa, arranja-se uma fonte de receitas para minorar o problema. Esta não deve ser a razão para a empresarialização dos hospitais! Todavia, reconheço que no caso de hospitais como o de Santa Maria, dadas as suas dimensões, a tarefa de geri-lo e reformulá-lo constituem um trabalho hercúleo, mas mesmo assim não impossível. Assim sendo, é necessário alguma cautela antes de empreendermos por medidas aparentemente fáceis e aliciantes, pois quando aplicadas poderão colocar em causa o bom funcionamento destes serviços.

Leitura recomendada

Francisco Sarsfield Cabral, hoje no DN:

segunda-feira, outubro 24, 2005

Mega Cavaco




A febre das mascotes está a chegar... Visite o Mega Cavaco, o blog não oficial de apoio à candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República.

Conservador 1 - Liberal 0




E os polacos optaram pelo conservador.

Funcional!

Após algumas horas de problemas técnicos, a caixa de comentários deste blog já está funcional.

Duetos?





A notícia é avançada pelo jornal Público, e cita elementos próximos da direcção da candidatura. Esta estratégia é deveras interessante. Cavaco ao confrontar-se com cada candidato, mantém a fragmentação da esquerda, e todo os olhares concentrados em si. Por outro lado, previne um debate onde a esquerda possui muito mais tempo de antena, no caso de um debate com todos os participantes.

Resposta a dificuldades técnicas (estas tecnologias...)

Por dificuldades técnicas (leia-se "Não percebo porque os comentários Haloscan não funcionam!"), decidi responder-te Ricardo, através de um post. Relembro a teu último comentário:

"A conversar vamos chegando a consensos! Nota que o liberalismo social foi criado porque os Estados chegaram à conclusão que o liberalismo, per si, não funcionava socialmente. Por isso sou próximo dos movimentos actuais de liberalismo e chamei à atenção para a discordância com os extremos!

Quanto aos exemplos:

- O Reino Unido no século passado com a crise dos mineiros;

- A revolução sindical nos EUA face ao processo Ford de produção em série;

- O falhanço dos movimentos liberais pré 1ª Guerra Mundial;

- experiência Argentina (a chilena correu bem por completa supressão dos direitos sociais);

- Os actuais movimentos de globalização - nota que defendo o conceito mas não um liberalismo globalizado - são quase liberais porque não há entidades de regulação eficazes supra nacionais e estão a aumentar as desigualdades quando se esperava o movimento contrário em teoria.

Por isso eu falei que nenhuma das partes ganhou porque o reequilíbrio foi feito com uma mistura de ideologias (situação actual)! Hoje é o liberalismo social que impera e que não tem nada a ver com experiências do passado. O que não quero que aconteça, e está a acontecer, é uma derrapagem para formas mais puras de liberalismo!"

Ricardo,

Continuamos a bater na mesma tecla, mas tudo bem. Eu considero-me mais próximo do liberalismo clássico, mas não o acho mais próximo dos extremos. Um exemplo de liberalismo de extremos, era o exemplo que apontavas do liberalismo quase anarquista, extremamente municipalizado.

Quanto à mistura de ideologias que compõe um sistema, concordo em parte contigo. Todavia, não ache que essa seja a melhor solução para uma sociedade, por uma razão muito simples. Ao acontecer algum problema no regime, torna-se mais difícil detectar a ideologia que o suporta, encontrar uma solução para o tal problema, e colocar essa solução em prática. Para além disso, corrre-se o risco de haver incompatibilidades entre os diferentes sistemas. É óbvio, que neste tipo de regimes as ideologias estão um pouco diluídas, não havendo tantas incompatibilidades, mas esse não é um ponto positivo. Por isso acho, que a melhor solução é mesmo uma ideologia mais pura (aquela que temes...) Desta forma, temos um regime mais transparente, que é a regra básica para um bom funcionamento do Estado. E repara que uma forma mais pura de liberalismo, não implica um liberalismo de extremo. As ideologias de extremos, dependem mais do tipo de ideologia do que do grau de transposição para a realidade da ideologia.

Quanto aos exemplos, esses são bastante interessantes. Tenho que dizer que esses factos são episódios que custam numa governação, mas não acho que os tornem representativos de uma avaliação global. Por exemplo, a crise dos mineiros durante a governação de Margaret Thatcher. Para qualquer executivo, mesmo não tendo a designação de "social", 20 000 desempregados é uma situação difícil de digerir. Mas a avaliação que faço da governação Thatcher é muito positiva. A razão pela qual o Reino Unido é na actualidade uma potência a nível económico, é em grande parte devido à coragem empreendida pela primeira-ministra, no conjunto das reformas efectuou. Teve momentos menos maus? Claro que sim. Mas a avaliação global do seu governo, e a ideologia em que se baseou, saem claramente vencedoras. A prova disso, é que apenas agora, a Europa desperta para a necessidade de reformas importantes, de modo a não cair numa estagnação.


Abraço


P.S. Esta discussão teve início na caixa de comentários, deste post.

domingo, outubro 23, 2005

Outras presidenciais




Hoje, os polacos escolhem entre um conservador (Lech Kaczynski) e um liberal (Donald Tusk).

sábado, outubro 22, 2005

Altamente recomendado!

Tenho um peso na consciência, de não ter feito este link mais cedo... Mas apenas hoje tive oportunidade de ler este brilhante texto sobre o binómio direita/esquerda, ou melhor direita/"neoesquerda".

O que é um Esquerdista?, pelo Rodrigo Adão da Fonseca.

Combater o stress on-line!

Visite esta página.

Este blog também se preocupa com com o bem-estar psicológico dos seus leitores...


P.S. Link descoberto, via Esquina do Mundo.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Post "mauzinho"





Tenho dúvidas, se apenas um acto chega...

Leitura recomendada

Neopopulismo e Democracia, por João de Almeida Santos.

Isto merece um post, ou não...

Pela primeira vez, estou de acordo com Joana Amaral Dias.

Rebelo de Sousa tem um blog não oficial de apoio à candidatura de Cavaco. Chama-se super cavaco imitando o Super Mário. Daaahhh... que falta de imaginação. 7 valores, Prof. Marcelo.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Politiquices




Rejeitou o perfil político.

Rejeitou o apoio de partidos políticos.


Cavaco Silva está de volta à Política.

TPC

Fez o trabalho de casa de modo exemplar.


  • Acenou as bandeiras "economia" e "social"

  • Falou em estabilidade

  • Falou da experiência governativa

  • Falou do conhecimento dos problemas (inter)nacionais

  • Falou da UE

  • Falou da Constituição

  • Falou com orgulho

  • Não disse as iniciais PSD

Momento Zen da noite (Correcção)




Onde estava Mário Soares? Não o vi na janela das expressões faciais...

Momento Zen da noite

Ver no canto superior esquerdo, as expressões faciais dos restantes candidatos à Presidência da República (semelhante à linguagem gestual, mas muito mais monótono e apático), enquanto Cavaco discursava.


P.S. Observei a intervenção de Cavaco pela SIC.

Presidente da República




Desejo-lhe muita sorte para o cargo que assume, desculpe, a que se candidata...

A Política e a Técnica




Passados alguns dias após a apresentação do Orçamento de Estado, as contas continuam a não bater certo. Infelizmente parece que é um dado adquirido que a receita fiscal aumenta, embora a palavra impostos tenha sido evitada. A ideia até não é má. As pessoas pagam mais impostos, não se apercebem de tal, e evita-se uma quebra no consumo. Obviamente que estas nobres intenções chocam com "as chatas" conversas de transparência do Estado e a sua maior aproximação dos cidadãos... Não é minha intenção incutir nos meus leitores, a falsa ideia de que creio que este cenário foi todo premeditado, mas na minha opinião parece que foi o que restou destas representações.

Sobre este tema, li vários artigos e análises do orçamento, em vários jornais e blogs. Destaco um artigo do Diário Económico, que sucintamente analisa o OE de maneira simples e realista.

(...) não é este, ainda, o Estado que a economia quer. Pode até estar no bom caminho, mas o que se exige é o que não se vê neste OE2006: um Estado efectivamente menor, o que implica fechar portas a muitos departamentos públicos, e a crença numa diminuição da carga fiscal, o que implica que este monstro custe, de facto, muito menos dinheiro a manter.
Fernando Teixeira dos Santos foi mais longe no discurso político, dizendo exactamente aquilo que o mercado queria ouvir. Mas o OE 2006 não traduz em números, pelo menos para já, as palavras do ministro.


Eu pessoalmente nada tenho contra Teixeira dos Santos. O problema reside em ser o segundo ministro das finanças deste executivo, o que torna a sua imagem um pouco fragilizada (o velho estigma da segunda escolha...). Conhecendo as razões da saída de Campos e Cunha, olho-o de uma forma menos técnica e mais política. Creio que a nossa situação precisa de mais técnica que política. A técnica não sofre pressões, e geralmente tem bons resultados. A política infelizmente não. É óbvio que uma técnica sem uma forte base política, é presa fácil, mas mesmo assim prefiro apostar na técnica, e procurar defendê-la dos ataques da política, que ao contrário. É claro que a visão de política que aqui retrato é quase uma autêntica preversão, mas dadas as oscilações que esta tem sofrido, nem consigo distinguir bem os seus limites...

quarta-feira, outubro 19, 2005

Cavaquices...




É só para lembrar que amanhã quebra-se um tabu.

Blog do dia




Super Mário, o Blog não oficial de apoio à candidatura de Mário Soares à presidência da república.
P.S. Com uma mascote destas, até os apoiantes de Cavaco sentem-se tentados em votar no Mário!

terça-feira, outubro 18, 2005

Recomendado



O meu colega Ricardo, do blog Filho do 25 de Abril, elaborou um excelente post sobre a questão do referendo ao aborto. Embora não me reveja em todas as suas posições, achei muito interessante a sua opinião, e a maneira clara e honesta como tratou o problema. Eis um excerto das ideias que considerei mais significativas:

Vai continuar a haver abortos de risco em situações em que a gravidez já se prolonga para além da data imposta em referendo! O Estado tem que perceber que não pode combater a decisão da mulher "pela força" e tem que actuar - através da informação e da proximidade - para minimizar este problema. Eu até defendo, em tese, que não haja nenhum período limite para o aborto mas não quero trazer para o debate mais confusão. No fundo, mesmo que a mulher não tenha o direito de decidir o futuro do que está a gerar, ela vai ter sempre os meios - legais ou ilegais, com ou sem higiene, colocando ou não em perigo a sua vida e futura reprodução – para impor a sua decisão. Sou contra o aborto mas a vida não é perfeita e não posso julgar ninguém até porque quem disse que, por exemplo, um bébe gerado por uma violação ou portador duma deficiência também não tem direito à vida? O problema é complexo mas esta parece-me a única forma de combater o fenómeno e a hipocrisia.
(...)

Que o referendo seja feito rapidamente e que se faça, pela primeira vez em Portugal, um referendo realmente informativo sem excessos de parte a parte. E espero que haja o bom senso de não voltar a votar “Não” porque era estar a criar um problema bicudo e a tapar o sol com a peneira. Esta é a minha (pouco) democrática opinião!


P.S. Por razões pessoais, não estou em condições de responder a este teu post Ricardo, mas prometo que fá-lo-ei logo que possa. ;-)

Romano Prodi



Mesmo com as alterações que Berlusconi quer impôr na lei eleitoral, Romano Prodi caminha para colocar o centro-esquerda no poder em Itália.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Mas colocou-se a hipótese???

Durão: Gripe das aves na Turquia não deve afectar adesão.

Gripe das Aves




Um artigo no New England Journal of Medicine, do Director do Centro de Investigação de Doenças Infecciosas, Michael T. Osterholm, que data de Maio de 2005:

Influenza experts recognize the inevitability of another pandemic. When will it begin? Will it be caused by H5N1, the avian influenzavirus strain currently circulating in Asia? Will its effect rival that of 1918 or be more muted, as was the case in the pandemics of 1957 and 1968? Nobody knows.

So how can we prepare? One key step is to rapidly ramp up research related to the production of an effective vaccine, as the Department of Health and Human Services is doing.

(...)

Beyond research and development, we need a public health approach that includes far more than drafting of general plans, as several countries and states have done. We need a detailed operational blueprint of the best way to get through 12 to 24 months of a pandemic.

We need to develop a national, and even an international, consensus on the priorities for the use of antiviral drugs well before the pandemic begins.

Today, public health experts and infectious-disease scientists do not know whether H5N1 avian influenzavirus threatens an imminent pandemic. Most indications, however, suggest that it is just a matter of time: witness the increasing number of H5N1 infections in humans and animals, the documentation of additional small clusters of cases suggestive of near misses with respect to sustained human-to-human transmission, the ongoing genetic changes in the H5N1 Z genotype that have increased its pathogenicity, and the existence in Asia of a genetic-reassortment laboratory — the mix of an unprecedented number of people, pigs, and poultry.

(...)

Is there anything we can do to avoid this course? The answer is a qualified yes that depends on how everyone, from world leaders to local elected officials, decides to respond. We need bold and timely leadership at the highest levels of the governments in the developed world; these governments must recognize the economic, security, and health threats posed by the next influenza pandemic and invest accordingly. The resources needed must be considered in the light of the eventual costs of failing to invest in such an effort. The loss of human life even in a mild pandemic will be devastating, and the cost of a world economy in shambles for several years can only be imagined.

Recomendado

João César das Neves, hoje no DN:



(...)

domingo, outubro 16, 2005

Na política vale tudo?




Bastou o Tribunal Constitucional declarar inconstitucional a proposta de referendo ao aborto, para PCP e BE avançarem com nova solução. Segundo estes partidos, os portugueses não podem esperar pelo fim do próximo ano para participar num referendo sobre o aborto. (No que a mim diz respeito, consigo aguentar perfeitamente alguns meses até votar). Mas a paciência não é uma virtude da esquerda, e essa é uma das principais razões para a inutilidade do sistema comunista. Tudo vale para aprovar uma lei, até quebrar as promessas redigidas no seu próprio programa eleitoral, votado pelos portugueses.

Depois fala-se em descredibilização na classe política...

sábado, outubro 15, 2005

Catherine de Médicis e as Presidenciais Francesas




Mesmo sendo apenas em 2007, as presidenciais francesas estão a suscitar mais atenção em mim do que propriamente as nossas presidenciais. As notícias que nos chegam de Paris, misturam a política e a história, dois dos meus temas preferidos.

aqui tinha feito referência aos três grandes presidenciáveis da direita, mas eis que surge um(a) novo(a) candidato(a), com o cognome de Catherine de Médicis. O candidato mistério, como é já intitulado, apresentou-se como candidato(a) às presidenciais francesas, após um manifesto intitulado J'arrive - Il est plus tard que vous ne le pensez.


Confesso que entre Cavaco (O Tabu), Soares (O Velho) e Alegre (O Poeta), sinto-me aliciado por Catherine de Médicis, a responsável pelo célebre massacre de S. Bartolomeu.

Catherine de Médicis, já possui um site onde explica as razões para a sua candidatura, e onde responde à questão Qui Je suis?

Un individu et une collectivité. Une personne qui ne peut, comme beaucoup d’autres, se résigner à voir son pays glisser en dehors de l’Histoire en train de se faire ; une collectivité d’hommes et de femmes qui n’ont envie ni de se coucher, encore moins de démissionner, et pas du tout de ne carburer qu’à un « sauve-qui-peut » égoïste et généralisé.

A escolha deste pseudónimo é particularmente interessante:
Le pseudonyme fait partie, dans une période critique, des armes de survie. A regência de Médicis foi feita num período bastante conturbado, e ficou marcada pela forte luta que travou contra os protestantes, usando para tal de todos os métodos ao seu alcance.

No seu livro, Catherine faz uma abordagem dos problemas políticos da França, sem denunciar partidarismos políticos, escrevendo sobre temas habitualmente de direita e/ou de esquerda. A comunicação social, procura desenfreadamente a identidade da "candidata", embora muitos especulem que se trata de uma personagem bem conhecida na sociedade francesa, que utilizou este método como trampolim para a sua candidatura.

Não consigo deixar de pensar, que se por acaso os nossos candidatos presidenciais também quisessem ter um cognome, qual escolheriam... Um exercício interessante...

Um decurso normal

Segundo o Diário Digital, o Tribunal Constitucional prepara-se para chumbar a proposta de lei ao referendo do aborto, por considerar que ainda se mantém a mesma sessão legislativa. A proposta apenas poderá ser feita depois de Julho de 2006, data do término da actual sessão legislativa.

A questão está encerrada. O assunto agora, é o Orçamento de Estado para 2006.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Medicamentos



No último debate parlamentar, o líder parlamentar do CDS/PP fez uma aposta com o primeiro-minitro José Sócrates, a propósito do preço dos MNSRM. Nuno Melo desafiou o PM a se dirigirem a uma farmácia após a implementação das medidas do governo, para comparação dos preços.

Após a liberalização do preço dos MNSRM, os Laboratórios fizeram subir os preços, proporcionalmente à antiga margem do armazenista, que foi assim absorvida. O Cegripe por exemplo aumentou cerca de 3,82%, o Bucagel 4,30%, a Mebocaina forte 6,88%, o Nicorette Patch 42,51%, o Panadol 12,18% e a Aspirina C 11,23%.

Segundo o ministro da saúde, António Correia de Campos, com esta atitude a Indústria Farmacêutica ”fez um aproveitamento oportunista deste período em que os medicamentos só estão disponíveis nas farmácias".

Agora, segundo o DE (12.10.05), após pressões de Correia de Campos invocando o acordo que está a ser negociado com a Apifarma, os Laboratórios vão baixar os preços dos MNSRM até aos valores que tinham antes da aprovação do diploma que liberalizou a venda destes medicamentos.

Agora, segundo o DE (12.10.05), após pressões de Correia de Campos invocando o acordo que está a ser negociado com a Apifarma, os Laboratórios vão baixar os preços dos MNSRM até aos valores que tinham antes da aprovação do diploma que liberalizou a venda destes medicamentos.

[Saúde SA]

P.S. José Sócrates aceitou a aposta.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Miers II



Habitualmente não costumo repetir temas, mas abro uma excepção para este caso, dada a enorme quantidade de informação que achei interessante. Eis alguns excertos de artigos que recolhi:

A opinião dos americanos, quanto à nomeação:


Existem também aqueles que estão a retirar benefícios de uma nomeação, que ainda não está aprovada...




At SMU, they couldn't be prouder.

Primeira volta



Hoje na apresentação da sua candidatura a Belém, Francisco Louçã refere que ambiciona passar à segunda volta das eleições, apoiado por uma esquerda moderna e plural. Não é sobre a sua passagem à segunda volta que vou falar, pois essa não é uma questão, é o objectivo bloquista que Louçã escolheu, para melhor poder transformar numa vitória mártir, a poucas horas das eleições. Falo em desistências. Já aqui afirmei, que a candidatura de Jerónimo de Sousa será uma candidatura a curto-prazo, e não creio que este irá a votos na primeira volta. Todavia, de todos os candidatos de esquerda, aquele que tenho maior certezas que vai a votos é Francisco Louçã. Estas declarações confirmam ainda mais a minha opinião.

A direita presidencial francesa




Flat Taxes

São muitos os actuais defensores da chamada Taxa de Imposto Único, em vigor em grande parte de países da Europa de Leste. Encontrei um artigo, no Economist que explica muito bem a organização do sistema, e todos os benefícios que se podem obter da adesão a esta medida:



(...)


As flat taxes, foram a principal novidade da campanha eleitoral de Angela Merkel a nível financeiro. Se a coligação com o SPD irá comprometer a implementação desta taxa, é algo que temos de esperar para saber.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Furacão Miers




O grau desta polémica não pára de subir, e o número de artigos de opinião publicados em jornais americanos sobre Miers atingiu números impressionantes. A preocupação neste tema é tão grande que as estratégias para impedirem Harriet Miers de atingir o Supremo, estão a tomar caminhos no mínimo inéditos:


Let's play a game...



Descubra os documentos que justificam o projecto do aeroporto da Ota, neste site.


P.S. Caso alguém consiga descobrir, agradecia o envio...

12 de Outubro



Em 1942, Cristovão Colombo atingia as Caraíbas convencido que tinha chegado à Índia.

terça-feira, outubro 11, 2005

Haja paciência!

A preocupação de Joana Amaral Dias pelo CDS/PP é tocante. Vejamos o seu post:


É preciso não ter decência política, para vir com moralismos deste tipo. É suposto as pessoas acreditarem que a mandatária da juventude para a candidatura presidencial de Mário Soares, e militante do Bloco, está preocupada com a saúde política dos democratas-cristãos?

Por favor, haja paciência, e acima de tudo haja decoro!


P.S. Questiono-me sobre o que dirá Paulo Portas, sobre esta preocupação trotskista? Provavelmente algo do género... "Virgem Santíssima!" (Neste caso seria mais Paulo Tortas...)

"Markets cheered by Merkel success"

Financial markets have responded cautiously to news that conservative leader Angela Merkel is to be Germany's new chancellor.

Regresso

João Caetano Dias, do Jaquinzinhos, está de volta à blogosfera, desta feita estreando-se no Blasfémias.


A ler o seu post de estreia, Notas Soltas Sobre a Noite Eleitoral.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Vince



Ele aproxima-se...

Procura-se!



Depois de Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Marques Mendes e José Sócrates discursarem sobre a sua avaliação da noite eleitoral, o jornalista da RTP diz:

"Depois de todos os líderes partidários terem feito as suas declarações, vamos terminar a nossa emissão, passando a palavra aos nossos comentadores políticos"

Subitamente, enquanto o Prof. Marcelo fazia o seu balanço final, alguém apercebe-se que num lugar inóspito de Lisboa, um personagem de nome Ribeiro e Castro tinha começado a discursar, e resolvem lá transmitir o seu discurso...

Chanceler



Parece que desta é de vez. Angela Merkel tornar-se-á a primeira mulher chanceler da Alemanha.

German conservative leader Angela Merkel will become the country's first woman chancellor under a deal struck with Chancellor Gerhard Schroeder's Social Democrats (SPD), senior sources from the leading parties said on Monday.

Under the agreement, the SPD is poised to get the foreign, finance, justice and labor ministries in a new coalition government with Merkel's Christian Democrats (CDU), a senior SPD source told Reuters.

[Reuters]

domingo, outubro 09, 2005

Momento Zen da noite

Pacheco Pereira a fazer posts no Abrupto, nos intervalos da SIC...

Pergunta do dia (ou neste caso da noite)

A que comentador político se referia Fátima Felgueiras? Conheço vários que encaixam no perfil...

11-0



Maioria absoluta em todas as câmaras.

Lisboa



Carmona vence com maioria folgada, e conseguirá uma boa gestão camarária com o auxílio da vereadora Maria José Nogueira Pinto. Uma vitória pessoal, que se demarcou perfeitamente do estilo Carrilho/Bárbara.

STAPE

Afinal a culpa foi do número de visitas...

Descarrilho



Carrilho agradece a todos, mas esquece-se de felicitar Carmona. Marcelo diz que afinal o aperto de mão, não foi esquecimento, é mesmo personalidade. Momentos antes, frente a Vitorino (que surpreendentemente até não estava mal), Marcelo classificou campanha de Carrilho como má, má e má.


Os Lisboetas agradecem as palavras amáveis do professor.

Coisas que ficam no ouvido...

Francisco Assis usa a palavra "responsabilidades" no mínimo 6 vezes na sua declaração.

Um Rio que não pára



Rio vence com maioria absouta, com todos os créditos para isso. O PS-Porto está em sérias dificuldades.

Noite informativa? Nem por isso...

Passadas duas horas, ainda só lia sondagens no rodapé.

Cheira-me que haverá mudanças no STAPE...

Bando dos 4 reduzido a 3



Não foi suficiente. Os valores morais não conseguiram superar o populismo. A política autárquica sai fragilizada deste confronto.

Valentim, esmaga tudo e todos. Agradece ficando quase afónico, e trazendo uma banda de ritmos "calientes", para os Gondomarenses. A "Fatinha" conquista a sua maioria absoluta e faz discurso interminável, em que me perdi a meio. Fala no PS, quando deveria estar calada e faz exigências, quando não tem legitimidade para tal. Isaltino lá consegue uma vitória (não conseguindo afastar completamente as acusações veiculadas ao longo do dia....). Apenas Ferreira Torres é derrotado, devido à "comunicação social" na opinião do candidato. Esqueceu-se de falar no "sistema"...

sábado, outubro 08, 2005

Alemanha 2006

Portugal garantiu hoje a qualificação para o Mundial 2006.

Retrospectiva - Campanha Autárquicas 2005



Fazer uma retrospectiva de uma campanha eleitoral, nunca é tarefa fácil. Se estamos a falar duma campanha para as autárquicas, de tal modo atípico como esta, a situação complica-se. Obviamente existem os "iluminados" que conseguem fazer análises a 48 horas do fecho das urnas, como é o caso de Fransciso Louçã. Para o dirigente, a análise dos resultados será muito simples. O CDS/PP terá um resultado catastrófico. O PS e o PSD "estão" numa situação muito difícil. (Não compreendo bem esta declaração nem o tempo verbal utilizado, já que a maioria das câmaras oscila entre PSD e PS, logo é complicado encarar uma situação difícil para ambos os partidos). A CDU deverá manter a sua situação, e apenas o BE deverá se afirmar. Será que Louçã quererá dizer que o BE beneficiará do "desastre" que terá o CDS e da "situação difícil" do PS e PSD? Não existe paciência para andar a tentar compreender os axiomas inegáveis de Louçã, muito menos depois da campanha completamente demagógica que fez, acusando tudo e todos de corrupção, ignorando a única autarquia bloquista, que também estava sob suspeitas ilícitas.


Esta foi sem dúvida, a campanha mais marcada por incidentes, acusações graves e um grande número de candidaturas independentes dos últimos tempos. O espaço de discussão foi reduzido ao mínimo de sempre, vítima em grande parte daquilo a que se denominou o "bando dos quatro", um conjunto de personagens com uma campanha de guerrilha partidária, ou seja, de uma enorme mediatização. Os cidadãos interessavam-se mais pela autarquia de Felgueiras ou Amarante, dada a riqueza de informação veiculada pelos media e um constante fluir de novas e tórridas notícias, do que pelos seus próprios munícipios. Misturou-se alhos com bugalhos, dado que falou-se em presidenciais até bastar, e no final ainda houve tempo para discussões de aborto e sistema judicial... Os grandes prejudicados nesta campanha, foram sem dúvida os partidos e a classe política em geral. Jorge Coelho, afirma isso mesmo na sua crónica desta semana no DN. Infelizmente não afirma, que teve uma quanta parte de responsabilidades na crescente descredibilização da classe política nas últimas semanas. O seu papel de líder-sombra do PS, não ajudou nem ao governo nem à campanha... Quanto aos restantes líderes, Marques Mendes fez uma campanha limpa, pautada pela prudência, e será provavelemente suficiente para garantir a presidência da Associação de Municípios. Enfim, deixou-se levar pela corrente, preferindo o leme ao motor. Ribeiro e Castro talvez seja o que tem mais a perder, já que são as suas primeiras eleições, e tem a responsabilidade de renovar o voto no CDS. Possui candidaturas fortes, infelizmente não podemos considerá-las na sua maioria úteis. O slogan "De novo ao seu lado", constitui um episódio triste que espero não se volte a repetir. Jerónimo de Sousa, joga pouco nestas eleições. O seu cargo está seguro (em grande parte devido ao resultado das eleições legislativas), e não tem muita ambição nestas eleições. Manter os resultados das anteriores autárquicas é um bom resultado para a CDU. Por fim, Francisco Louçã. Não se pode dizer que tenha feito uma campanha audaz, já que aquele discurso agressivo já é habitual no Bloco. Dado o partido que lidera, a imprevisibilidade é ao mesmo tempo a sua maior preocupação e o seu maior trunfo. O Bloco assume-se como alternativa, não pela sua postura, mas mais como refúgio político. Dada a pequena dimensão das suas candidaturas, o Bloco fica escondido na cortina Sá Fernandes e Teixeira Lopes, em Lisboa e Porto respectivamente. Para finalizar, uma pequena referência às sondagens efectuadas, já que a diferença que se assistiu entre estas (principalmente na recta final), deu origem a um grande sensacionalismo jornalístico, que apenas serviu para agitar (ainda mais) a campanha.


Resta-me desejar uma boa escolha para amanhã...

Blogues

"Sobre as micro-causas nos blogues", de Pacheco Pereira, no Abrupto.



P.S. A micro-causa lançada pelo Bloguítica, que conta com o apoio deste blog, conta já com a adesão de cerca 50 blogs.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Recomendado: "Detector de Spin"



A ler este post "Detector de Spin" no Bloguítica, sobre a saída de Margarida Blasco do SIS. Comentários, para quê...

Nobel da Paz



Mohamed ElBaradei, líder da Agência Internacional de Energia Atómica.

Autárquicas - Sondagens

(Eurosondagem RR-SIC-Expresso)


A campanha das autárquicas entra na recta final, e as sondagens vão ao rubro. Consultei várias sondagens, mas os resultados estão muito confusos.

Em Lisboa:

Aximage: PSD - 46% PS - 30% CDU - 8% BE - 7% CDS - 5%

Eurosondagem: PSD - 41,4% PS - 30,5% BE - 10,1% CDU - 8,5% CDS - 5,5%

Católica: PSD - 36% PS - 31% CDU - 10% BE - 10% CDS - 7%

Intercampus: PS - 34,7% PSD - 34,3% BE - 10,1% CDU - 8,5% CDS - 5,5%


No Porto:

Católica: PSD/CDS-PP - 43% PS - 36% CDU - 7% BE - 6%

Eurosondagem: PSD/CDS-PP - 41,2% PS - 39,1 CDU - 9,1% BE - 5,9%

Intercampus: PS - 39,3% PSD/CDS-PP - 37,5% CDU - 10,2% BE - 6,6%

[Margens de Erro]

O método de entrevista, parece estar a ser o principal factor para a discrepância nas sondagens. Mesmo assim, PSD leva clara vantagem em Lisboa, mas no Porto está numa situação difícil.