O meu colega Ricardo, do blog Filho do 25 de Abril, elaborou um excelente post sobre a questão do referendo ao aborto. Embora não me reveja em todas as suas posições, achei muito interessante a sua opinião, e a maneira clara e honesta como tratou o problema. Eis um excerto das ideias que considerei mais significativas:
Vai continuar a haver abortos de risco em situações em que a gravidez já se prolonga para além da data imposta em referendo! O Estado tem que perceber que não pode combater a decisão da mulher "pela força" e tem que actuar - através da informação e da proximidade - para minimizar este problema. Eu até defendo, em tese, que não haja nenhum período limite para o aborto mas não quero trazer para o debate mais confusão. No fundo, mesmo que a mulher não tenha o direito de decidir o futuro do que está a gerar, ela vai ter sempre os meios - legais ou ilegais, com ou sem higiene, colocando ou não em perigo a sua vida e futura reprodução – para impor a sua decisão. Sou contra o aborto mas a vida não é perfeita e não posso julgar ninguém até porque quem disse que, por exemplo, um bébe gerado por uma violação ou portador duma deficiência também não tem direito à vida? O problema é complexo mas esta parece-me a única forma de combater o fenómeno e a hipocrisia.(...)
Que o referendo seja feito rapidamente e que se faça, pela primeira vez em Portugal, um referendo realmente informativo sem excessos de parte a parte. E espero que haja o bom senso de não voltar a votar “Não” porque era estar a criar um problema bicudo e a tapar o sol com a peneira. Esta é a minha (pouco) democrática opinião!
P.S. Por razões pessoais, não estou em condições de responder a este teu post Ricardo, mas prometo que fá-lo-ei logo que possa. ;-)
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