Neopopulismo e Democracia, por João de Almeida Santos.
(...) o neopopulismo, tal como o populismo ou o romantismo, está mais próximo do irracionalismo do que do racionalismo, alimentando-se mais de sentimentos de pertença, de identificações emocionais, de pulsões ou de paixões do que da razão analítica, da argumentação racional, em suma do que daquilo que faz do cidadão um ser dotado de capacidade de autodeterminação. O discurso neopopulista está, por isso, mais próximo do quadro categorial que determina o discurso televisivo (rápido, sintético, dicotómico, etc., etc.) do que do quadro categorial que determina a capacidade de escrita ou de interpretação de um texto. Este discurso tem mais afinidades com a imagem do que com a palavra e, para ele, na verdade, vale mais uma imagem do que mil palavras.
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