quarta-feira, maio 10, 2006

Tempestade num copo de água



É realmente triste o que se tem assitido pelo país, devido ao fecho de algumas maternidades. Pior mesmo, só os argumentos utilizados para demover o ministro: No caso de Elvas, até já se fala no direito em nascer em Portugal, como se um parto em Espanha fosse uma renúncia à nacionalidade portuguesa. Devo dizer que o conceito da prioridade pela nacionalidade, em detrimento das melhores condições médicas, é algo que me causa alguma confusão, mas enfim.

É verdade que nesta questão o ministro teve a sua quanta culpa, ao não ser directo e conciso nas suas explicações. Fartou-se de dar entrevistas e proferir declarações, que no final deixaram a maior parte das pessoas muito pouco esclarecidas. Para além do mais, tentou dar um lado humano à decisão, esperando com isso suavizar o problema e diminuir os possíveis protestos. Esqueceu-se que a frontalidade é um trunfo em política que poucas vezes é utilizado, mas que pode trazer bons resultados. Reconhecer que o grande critério é economicista acabava com grande parte da especulação que se criou de maneira desnecessária. E depois seria necessário explicar que o ministro não acordou com esta ideia luminosa. A decisão de encerramento de várias maternidades foi objecto de um estudo efectuado por uma comissão devidamente certificada para o efeito, e que embora o argumento económico tenha relevância, existem outros. Mas como é óbvio, em Portugal, entre a política e a técnica, não é difícil perceber quem é agredido...

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