O cepticismo a que VPV refere, é o de João Miranda neste post:
Negar o Holocausto é não só um direito individual como uma absoluta necessidade. Nenhuma actividade académica pode atingir níveis de excelência se os cépticos estiverem proíbidos de contestar as teses dominantes. A liberdade académica inclui o direito ao contraditório. E determinados níveis de excelência só se atingem se existirem Advogados do Diabo entre os académicos. Até que ponto é que podemos confiar na História que se vai produzindo sobre a Segunda Guerra Mundial se determinadas linhas de investigação estão proibidas por lei?
O texto de VPV aborda o conceito de História de uma forma algo perigosa. Embora compreendendo o que queira dizer, os factos que sustentam os diversos acontecimentos históricos não são, nem nunca podem ser perfeitamente fidedignos. Existem sempre lacunas, lapsos, documentos que se perdem pelos mais diversos motivos. Falar numa história que está certificada por um determinado número de pessoas não é correcto, e é necessário que a discussão e o confronto de ideias seja estimulado de modo a que a história seja construída com maior rigor e precisão. Sejamos realistas, David Irving é um seguidor fervoroso da extrema-direita, e a determinada altura era um ídolo para vários partidos neo-fascistas europeus. Neste caso, não me parece que David Irving queira efectuar um contributo para a História, mas enfim, essa é uma opinião pessoal.
O que não está presente nesta discussão, é que este foi condenado por dois anos de prisão pelas declarações que efectuou na Áustria há 17 anos. Por mais abomináveis que possam ser as suas declarações, Irving é livre de escolher a ideologia que bem entender e de tentar refutar os factos históricos que deseja, se possível com provas científicas. Porque tanto a liberdade política, como a liberdade académica não podem acabar desta forma.
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