quarta-feira, abril 05, 2006

Leitura recomendada: Os Ayatholas do 25 de Abril

Os Ayatholas do 25 de Abril, por Alberto João Jardim:



O provincianismo da política portuguesa, emendo, da política de Lisboa, está bem patente no chinfrim que os sacerdotes fundamentalistas do regime têm em relação à forma de evocar o 25 de Abril ou outras datas consideradas “festivas” pelos situacionistas e seus jornais de propaganda pirosa, todos estes pagos e suportados pelos contribuintes portugueses. O País está afogado em problemas devido também às derivas que o 25 de Abril sofreu, desde a tentativa, logo a seguir, de instaurar uma ditadura comunista que trouxe os custos que ainda hoje pagamos, até à decadência corporativista e anti-democrática em que o regime definha. Mas, para os sacerdotes fundamentalistas do regime, o mais importante é fazer “sessões comemorativas”, onde hipocritamente se misturam democratas e anti-democratas, se fazem proclamações sem continuidade eficiente.

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São iguaizinhos aos tipos do regime do 28 de Maio. Quem não celebra o regime com tiradas tontas, é proscrito. Estão na mesma de “o regime não se discute”. Isto explica o ridículo com que estes fundamentalistas pacóvios se atiram contra a política livre e legítima da Região Autónoma da Madeira. O ridículo começa por não admitir a liberdade de um Parlamento Regional decidir como deve proceder numa determinada circunstância. O que é absurdo numa Democracia civilizada. O ridículo ignorante continua pela confusão entre o conteúdo positivo de uma data nacional, e a vergonha em que se transformam certas cerimónias que pretendiam ser “comemorativas”.

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Isto é, evoca-se o 25 de Abril para logo a seguir o negar, recusando a liberdade de fazer ou não fazer sessões comemorativas hipócritas, recusando a liberdade regional de seguir o respectivo percurso político, recusando a própria liberdade fundamental de ter entendimento regional sobre a Constituição da República e ao que ela vem conduzindo os Portugueses. E é este tipo de gente que se permite evocar as Liberdades do 25 de Abril e expressar um entendimento dogmático, monopolista e de subconsciente totalitário sobre o significado profundo e democrático da data! Assim sendo, resta-nos expressar-lhes desprezo e continuar a fazer humor com a pobreza intelectual e com o défice democrático destes ridículos sacerdotes fundamentalistas da hipocrisia institucionalizada.

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