segunda-feira, julho 17, 2006

Ainda sobre Vasco Pulido Valente e António Borges...


Só hoje tive oportunidade de ler o artigo de Vasco Pulido Valente (Público de ontem), onde este assume a defesa da liderança de Marques Mendes no PSD perante alguns críticos internos, nomeadamente António Borges. Que o líder do PSD tinha caído nas graças do comentador, todos nós já sabíamos, basta relembrar o programa Diga lá Excelência. Este artigo é apenas a confirmação daquilo que muitos pensaram (por exemplo eu), ter sido uma interferência no rádio, o momento em que VPV afirma que Marques Mendes seria um bom PM.

Sobre as razões que levam o comentador mais "corrosivo" da imprensa portuguesa a elogiar um político (alguém se lembra qual o último elogio que VPV escreveu nas suas crónicas?) como Marques Mendes, é algo sobre o qual não me debruço.

Mas sobre António Borges, existe algo a dizer. A entrevista que deu ao Expresso foi um erro, que fique bem marcado. É óbvio que uma pessoa ambiciosa como António Borges deseja progressivamente marcar posição no partido. A última moção que apresentou no congresso reflecte isso mesmo. Porém, Borges continua a esquecer-se de um pormenor importante: ainda não compreendeu qual a razão porque não cai nas graças dos militantes e simpatizantes sociais-democratas. A sua postura demasiado elegante de fazer política, de não se dignar a meter as mãos no trabalho mundano do partido, reservando-se com a sua "equipa de intelectuais" para o momento ideal, é óbvio que não colhe a boa vontade dos filiados. O Prof. António Borges é sem sombra de dúvida das pessoas mais competentes e mais capazes para liderar o PSD, já o disse várias vezes. É com muita pena minha que o vejo a ter um discurso elitista e egocêntrico. Neste aspecto (e apenas neste), não seria mau António Borges olhar mais para o precurso de José Sócrates.

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