quinta-feira, julho 13, 2006

A Marca Sócrates


Hoje vi por breves momentos o debate que ocorreu no Parlamento sobre o Estado da Nação. Com um discurso preparado directamente para a comunicação social, com uma postura arrogante e que debita "eu sou bom e voçês não percebem nada disto", o nosso PM avaliou as últimas reformas do governo socialista. Suportar o discurso presunçoso do líder do executivo tornou-se um exercício bastante difícil, até porque ele consegue mainifestar-se sempre que quer. Ele é sorrisos, ele é coragem para reformar, ele é popularidade, ele é relação estratégica, ele é confiança, ele é discurso anti-tanga, ele é tudo o que um político pode ser para saturar uma pobre mente como a minha. Não existem dúvidas que o cargo de PM deu a volta à cabeça ao engenheiro José Sócrates. Quem o viu como comentador na RTP e o agora vê como PM, encontra uma autêntica metamorfose de estilo.

A argumentação do nosso PM nunca foi perfeita, mas José Sócrates sempre esteve bem preparado para os debates e defendia com bases sustentáveis as propostas do elenco governativo. Hoje assistiu-se ao seu novo estilo de argumentação. Já não se debatem conteúdos, mas formalidades. Não se discutem propostas, discute-se a avaliação da credibilidade dos passados meses. Não se rejeita uma proposta devido ao que ele contém, mas por ter sido feita tarde e pelos seus subscritores não terem a classe e o intelecto da marca Sócrates.

José Sócrates invadiu o espaço da social-democracia, não tarda muito, estaciona na estação do populismo.

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