terça-feira, outubro 31, 2006

Prós e Contras II

Podia ter sido um debate interessante e produtivo. Não foi. Alguns convidados deixaram muito a desejar, mas mesmo assim, aquilo que estragou completamente o debate foi a plateia completamente bipartida e frenética, que não ligava a nada a não ser fazer mais ruído que a outra claque. Compreendo que um debate ganha com uma audiência real, mas perde em toda a linha quando não se consegue ouvir uma linha de raciocínio sem ser-se interrompido vezes sem conta.

De todas as pessoas que intervieram, apenas gostei de ouvir (e estive em pleno acordo) com o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes. Desde a sua escolha de estar em directo, em vez de estar a meio da batalha tribal, até à maneira elegante que ultrapassou muitas das questões comprometedoras de Fátima Campos Ferreira, foi sem dúvida a pessoa que mais gostei de ouvir falar (até porque não foi interrompido pela plateia...).

Quanto aos restantes, considerei alguns abomináveis e outros razoáveis. Não me identifiquei com as posições de nenhum deles, até porque ainda me restam algumas dúvidas sobre o tema. É por essa razão que ainda não me pronunciei directamente sobre o assunto, nem faço parte de qualquer movimento contra ou a favor.

Se fosse para eleger as duas pessoas que mais se destacaram de cada lado, escolheria os dois médicos de serviço: Miguel Oliveira e Silva e João Paulo Malta. Com estilos completamente diferentes, eram de longe os mais bem preparados para o debate (e não me estou a referir apenas à sua formação científica sobre o assunto), mas pela clareza e coerência de posições e por terem sido aqueles que levantaram as questões mais pertinentes. Não sei se este debate contribuiu para clarificar as posições dos portugueses. Espero que sim. Infelizmente, para mim, não contribuiu.

Sem comentários: