terça-feira, outubro 31, 2006

Prós e Contras II

Podia ter sido um debate interessante e produtivo. Não foi. Alguns convidados deixaram muito a desejar, mas mesmo assim, aquilo que estragou completamente o debate foi a plateia completamente bipartida e frenética, que não ligava a nada a não ser fazer mais ruído que a outra claque. Compreendo que um debate ganha com uma audiência real, mas perde em toda a linha quando não se consegue ouvir uma linha de raciocínio sem ser-se interrompido vezes sem conta.

De todas as pessoas que intervieram, apenas gostei de ouvir (e estive em pleno acordo) com o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes. Desde a sua escolha de estar em directo, em vez de estar a meio da batalha tribal, até à maneira elegante que ultrapassou muitas das questões comprometedoras de Fátima Campos Ferreira, foi sem dúvida a pessoa que mais gostei de ouvir falar (até porque não foi interrompido pela plateia...).

Quanto aos restantes, considerei alguns abomináveis e outros razoáveis. Não me identifiquei com as posições de nenhum deles, até porque ainda me restam algumas dúvidas sobre o tema. É por essa razão que ainda não me pronunciei directamente sobre o assunto, nem faço parte de qualquer movimento contra ou a favor.

Se fosse para eleger as duas pessoas que mais se destacaram de cada lado, escolheria os dois médicos de serviço: Miguel Oliveira e Silva e João Paulo Malta. Com estilos completamente diferentes, eram de longe os mais bem preparados para o debate (e não me estou a referir apenas à sua formação científica sobre o assunto), mas pela clareza e coerência de posições e por terem sido aqueles que levantaram as questões mais pertinentes. Não sei se este debate contribuiu para clarificar as posições dos portugueses. Espero que sim. Infelizmente, para mim, não contribuiu.

Prós e Contras

Deixo para amanhã (ou melhor, para daqui a algumas horas) os meus comentários sobre o debate...

segunda-feira, outubro 30, 2006

Lula



Não era certamente a minha escolha, caso votasse no Brasil, mas fiquei com uma boa impressão quando ouvi Lula da Silva a referir que gostaria de ter um consenso político alargado, agora que foi reeleito presidente. Não tenho dúvidas que o afastamento de Lula do PSDB no primeiro mandato não beneficiou o país, tal como referia indirectamente Fernando Henrique Cardoso no Público há umas semanas. Aparentemente Lula quer corrigir esse facto. Para além disso, não nos esqueçamos que o Congresso é dominado pelo PSDB, logo, esta decisão também demonstra algum bom senso político...

sábado, outubro 28, 2006

Eyes on 2008 - Barack Obama


At the time, I called Sen. Kennedy "Jack." He thanked me for helping him try to get the Democratic vice presidential nomination that summer. I said, "Jack, if you are still interested, I think you can be nominated for vice president in 1960." He looked at me with his piercing eyes and replied, "Vice president? Newt, I'm going to run for president!" I was stunned, and said, "Are you nuts? You are only 39 years old." He said, "If I ever have a chance, it is next time." And, of course, he was right.

Fifty years have gone by since that dinner-party conversation. Now we have another young man thinking about running for president. Sen. Barack Obama (D-Ill.) is two years older than Kennedy was when he became president at age 43. Yet many people wonder whether Obama is ready to assume the responsibilities of the presidency. I believe he is ready, and here's why.

Our country got off to a bad start in the new century. Sept. 11, 2001, the Iraq war, Iran and North Korea working on nuclear bombs, mammoth budget deficits, failure to address problems with Social Security, health care and immigration--all these issues have engulfed our country. We are disgusted by excessive partisanship and ethical lapses in both parties.

We need a calm, reflective president who does not think the other party is driven by bad motives. His new book, "The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream," is a thoughtful, careful analysis of what needs to be done to preserve our freedoms in a time of terror. For those who question whether he has enough experience to have good judgment, I remind them that it was Obama who had the wisdom and courage back in 2003 to warn, "Do not invade Iraq." His service in the Illinois Senate and the U.S. Senate earned the respect of his colleagues on both sides of the aisle. He brings people together to find consensus and to find solutions to our problems. He is a different kind of political leader. He is a peacemaker.

Second, as David Brooks pointed out in his column in The New York Times last week, Obama is not an orthodox liberal. Obama is of a new generation, tired of the arguments about big versus small government. Instead, he wants smart government. He looks for sensible solutions either through governmental action or marketplace approaches, whichever is appropriate for the circumstances. He is the opposite of an ideologue and has no interest in continuing the current impasse between liberals and conservatives.

Third, his unique background can heal racial and ethnic tensions that persist in our pluralistic society. The reason Americans of all opinions liked his famous 2004 speech at the Democratic National Convention was that he transcended the usual problems of race and gender and ethnicity and talked about "one America," not blue or red states, but a vision of America's future faithful to our ideals and our Constitution.

Finally, I've been lucky enough to have known the senator and his wife, Michelle, for more than 15 years. Michelle and Barack worked in our law firm in the 1980s. (Indeed, that is where they met!) My wife, Jo, and I kept in close touch with the Obama family for years. To those who wonder about whether he is ready to be president, we can testify that Barack and Michelle are true grown-ups. And that is exactly what we need in the White House.

Barack, Kennedy said 50 years ago, "If I ever have a chance, it is next time." That is good advice for you.

Newton N. Minow

Fonte:


Adenda: Depois de ter publicado este post, reparei que o André Abrantes Amaral também recomenda este editorial, juntamente com dois interessantes artigos sobre o Senador Barack Obama. Ficam aqui os links:

The Upside of Obama, por John McWhorter

Obama can win by losing, por Charles Krauthammer

quarta-feira, outubro 25, 2006

As incompatibilidades entre a Constituição Checa e a Juventude Comunista



A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) está a distribuir uns panfletos onde se lê que a JCP está solidária com a KSM, a União da Juventude Comunista Checa. Segundo o dito panfleto (cujo texto podemos encontrar no site da JCP), é referido que:


A ofensiva contra a KSM iniciou-se no mês de Dezembro de 2005.Utilizando o pretexto de que a KSM interfere com o âmbito de actividade dos Partidos, o Ministério do Interior da República Checa enviou à KSM uma ordem que tentava obrigar esta organização a renunciar ao seu programa político, à sua identidade comunista e aos seus objectivos e à sua fundamentação teórica baseada no marxismo-leninismo.

(...)

O governo da República Checa atribuiu, assim, um prazo à KSM para alterar o seu programa, caso contrário, ameaçou ilegalizar esta organização juvenil.

Perante a enorme mobilização da juventude em solidariedade com esta organização e as repercussões que este atentado poderia ter, o governo checo mantendo a ameaça de ilegalização, adiou a sua decisão. O Governo da República Checa, em carta datada de 12 de Outubro de 2006, vem agora dissolver a KSM. De forma absurda, a única razão que o Governo apresentou para esta medida referia-se à defesa da KSM, no seu programa, da substituição da propriedade privada dos meios de produção pela propriedade colectiva dos meios de produção. E, portanto, a convicção deste jovens em construir uma sociedade diferente, não assente nos princípios do sistema capitalista.

(...)

A União da Juventude Comunista da República Checa é uma organização juvenil comunista, revolucionária, de carácter anti-imperialista, marxista-leninista, aspectos intoleráveis para a Europa do grande capital. O poder de atracção e as capacidades de transformação que os ideais do socialismo e do comunismo exercem sobre amplas massas juvenis preocupa os Governos da União Europeia. Também em Portugal, embora não tenham ido tão longe, os partidos do sistema entendem-se e aprovaram uma nova lei dos partidos e do seu financiamento que, no essencial, visa impor um modelo único partidário e destruir o PCP e as suas características. Em inúmeras situações, a intervenção e actividade de propaganda e divulgação da JCP tem sido reprimida pelas autoridades.


Confesso que quando li o texto, achei um pouco cómica toda esta situação. Para todos os efeitos, se não fosse este mero panfleto não havia registo dessa "enorme mobilização", pois não encontrei na imprensa portuguesa nada sobre o assunto. Mesmo na internacional, o assunto é muito escasso... É que embora acreditasse que a notícia era verdadeira, estes panfletos vermelhos são sempre tendenciosos, para não dizer propositadamente incompletos (a razão para a dissolução da KSM era muito "ligeira"). Porém, depois de algumas pesquisa, lá encontrei uma agência de notícias checa que acrescentava um dado interessante:

The Interior Ministry dissolved the Young Communists (KSM) association because its programme statement says that it wants to remove the private ownership of the means of production, ministry spokesman Majka Masarikova said.

Masarykova said this was against the Constitution and incompatible with fundamental democratic principles.

The KSM received the decision on Monday and wants to address a court on the issue. Its representatives dismissed the opinion that its programme is against Czech law and said in a written statement that political reasons were behind the ministry's decision.

The KSM recently campaigned against the possible stationing of a U.S. missile base in the Czech Republic.

The dispute between the ministry has been lasting a long time. In March, the KSM representatives changed the controversial wording of their official programme, but the ministry says the change is unsatisfactory.

Segundo esta notícia, a razão pela qual o governo decidiu dissolver a União, foi muito simplesmente a incompatibilidade de alguns aspectos da ideologia marxista-leninista com a constituição. Não deixa de ser irónico, a comparação com Portugal. Enquanto que nós andamos sufocados com uma constituição muito pouco plural e de índole claramente socialista, outros já começaram a tomar acções contra programas que restringem as liberdades económicas dos cidadãos.

Perguntam-me se a dissolução desta associação, devido ao seu programa, não constituiu uma discriminação política? Em parte sim, em parte não. Se a constituição de um país é (ou pelo menos deve aspirar a ser) uma garantia de liberdade e democracia, deve consagrar um regime que possibilite a liberdade dos cidadãos, tanto ao nível político como económico. A proposta da KSM aparentemente é inconstitucional (segundo o Governo checo), mas será que a dissolução também é? Segundo aquilo que percebi, o governo não proibiu os discursos anti-capitalistas e a apologia do marxismo-leninismo. Houve foi uma dissolução de uma associação que desejava implementar uma série de medidas inconstitucionais. De facto, é interessante questionar qual a razão da existência de uma associação que ambiciona para o país medidas inconstitucionais? Acho que faria mais sentido assumirem-se como uma força que deseja uma mudança na constituição para um regime marxista-leninista, embora isso seja uma contradição com a "Liberdade e Democracia" que a JCP refere no panfleto. No fundo, no fundo, a medida parece transparecer apenas bom senso e sentido prático.

Confesso que não conheço rigorosamente nada da Constituição Checa, mas confesso que fiquei com uma boa impressão...

terça-feira, outubro 24, 2006

Presidenciais Francesas - Wishlists


Nicolas Sarkozy:

- to cut payroll and employee levies that make labour costs especially expensive in France
- a “social value added tax” to pay for social security costs instead
- loosening of 35-hour week to enable staff to work more if they choose
- obligation to perform community work for unemployment benefit
- a single labour contract to encourage hiring, replacing mix of permanent and fixed-term contracts
- finance for life-long training
- directors’ salaries to be set at AGMs
- stock options to all employees
- positive discrimination (affirmative action) for minorities in workforce




Ségolène Royal:

- to repair “injustice” inflicted on workers by dictatorship of capital markets.
- to raise incomes of lower-paid
- to make the 35-hour working week fair for all
- more flexible labour law in return for greater employment security
- compulsory trade union union membership
- penalties for companies that move production abroad
- “social harmonisation” in EU: no British opt-out on working time
- big incentives for environmental protection
- direct democracy: citizens’ “juries” to evaluate government performance

A campanha presidencial francesa segundo a Sra. Royal


Note-se que a "solidariedade", "reconciliação" (??) e "esperança para o futuro" correspondem ao socialismo borolento (com umas pinturas rosa choque por fora), representado pela Sra. Royal... Mas obviamente, frente ao liberalismo selvagem, a escolha não parece ser difícil...

Ainda sobre as Urgências: coisas que fascinam...

Confesso que fiquei surpreendido com a notícia de que 40% das idas às urgências são desnecessárias. Mas será pressuposto as pessoas conhecerem a gravidade das suas condições antes de consultarem um médico?

Recomendado: Pelo Não

A blogosfera já se começou a dividir no tema. Vários autores juntaram-se para formarem o Blogue do Não. Acho que será interessante verificar a evolução da "bipolarização" da blogosfera no tema...

domingo, outubro 22, 2006

Sobre Aborto e Deontologia (II)

Diz o Luís Lavoura, na caixa de comentários deste post no Blasfémias:

Um médico não tem direito a objeção de consciência, na medida em que é pago pelo Estado para fazer aquilo que o Estado lhe manda. Se quer ser objetor de consciência, deve declará-lo ANTES de o Estado lhe dar emprego e, nesse caso, o Estado não lhe deve dar emprego. (Um soldado também não pode declarar-se objetor de consciência só quando é mandado para a guerra.)

Eu fico um pouco surpreendido com este tipo de comentários, mais concretamente no desejo que pessoas como o Luís Lavoura depositam no Estado para forçar a qualquer custo a conduta de um trabalhador. Eu, muito honestamente, considero um atentado à liberdade e um desrespeito pelas convições de cada um, o Estado obrigar um trabalhador a efectuar algo que não se coadune com a sua moral e consciência. Para além do mais, o Estado não "manda" na prática clínica de um médico. O facto de existir uma grande diversidade de procedimentos, em nada se relaciona com o Estado. A decisão cabe exclusivamente ao médico e ao paciente (ou à família, no caso de estes não terem capacidade para tal). Se um médico recusa efectuar um procedimento, o paciente procura outro profissional de saúde. O Estado não paga esse procedimento ao médico, obviamente. Qual é o problema??

Sobre Aborto e Deontologia

O Carlos Loureiro, no Blasfémias, levanta duas questões interessantes sobre a prática médica e o aborto, que indirectamente já tinha abordado aqui e aqui.

Refere o CL:


Se cada médico se deve inspirar e regular a sua prática clínica pelas disposições deontológicas, creio que se pode considerar uma falta deontológica grave a prática do aborto, segundo as disposições do actual Código. Todavia, creio que essa indicação não terá um efeito prático em função da lei penal vigente (caso seja alterada), visto que o segundo ponto Artigo 3.º refere:



A segunda questão do CL diz o seguinte:


A questão pode ser respondida com base no Artigo 4º, sobre a Independência dos Médicos:


sexta-feira, outubro 20, 2006

Um país com propósitos "pacíficos"...


Aborto

A propósito da discussão que já se começa a sentir, tanto nos media como aqui na blogosfera, tenho que referir que me causa alguma confusão determinados argumentos que estão a ser utilizados. Embora não tenha participado no debate sobre o tema, fico um pouco surpreendido com algumas ideias e argumentos que estão a ser utilizados na discussão. Com o rumo que se está a tomar, quase parece que estamos a discutir outro assunto completamente distinto. É preciso não fugir ao cerne da questão... Para isso, convém não esquecer qual é mesmo a pergunta que constará no boletim:

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

quinta-feira, outubro 19, 2006

Eyes on 2008 - Mitt Romney


Um interessante artigo que encontrei na BBC:

2006? Forget it - 2008 is what major conservative donors are really worrying about, and they don't like the way their party is heading. Some of the biggest Republican donors are concerned that if the GOP loses the House in November it will boost John McCain's chances of winning the presidential nomination in two years' time and they do not like the senator from Arizona.

Why not? Well, they just don't trust him on their core values, as one conservative Republican put it to me. Conservatives believe Mr McCain will say whatever is need to get elected but won't really represent their interests on social issues if he makes it to the White House.

The man they like best is Mitt Romney. His politics seem most similar to theirs but they are genuinely concerned that the party's base, the Christian evangelicals, will never vote for a Mormon, which Mr Romney is.

Back to the mid-terms. If the Republicans lose control on Capitol Hill, the hunch is that the party will be so desperate to get back into power that stalwart Republican voters will decide to back a winner even if he's not a true conservative, and that's John McCain.

Comecei a ler um pouco mais sobre o governador de Massachussets, Mitt Romney, há alguns meses a propósito de uma série de reformas (polémicas) que instaurou no Estado de Massachussets, sobre as quais ainda vou escrever. A minha avaliação global foi bastante positiva e seria um dos nomes que gostaria de ver na corrida à nomeação republicana. Quanto ao Senador McCain, não nutro uma grande simpatia por este, embora reconheça que desconheço quais as suas posições em alguns assuntos-chave. Porém, não existem dúvidas que a lista de presidenciáveis no GOP está a estreitar-se e McCain é sem qualquer dúvida um candidato muito forte.

O Insurgente

Mudou de casa. Podemos agora encontrá-lo aqui. A qualidade mantém-se, como é óbvio...

quarta-feira, outubro 18, 2006

Congressos em alta...



Primeiro, foram as FARC na Festa do Avante. Agora é uma representação do Partido Comunista Chinês que vai estar presente no Congresso do Partido Socialista. Parece não existir dúvidas que os partidos de esquerda portugueses estão a apostar cada vez mais nas relações internacionais. Pena é que não primem por partidos mais democráticos... Da parte do PCP, isso não surpreende. Vindo do PS, o partido actualmente no governo, o caso parece-me mais grave.

Referir que é tudo em nome das boas relações económicas e políticas com a China, é um argumento ridículo. Este é acima de tudo um congresso partidário, e como tal, só entra quem tem convite.

Para José Lello, o convite é a pensar nos chineses. Para este, esta será uma excelente maneira de fazer mostrar aos representantes as vantagens de um congresso democrático. São louváveis as ingénuas desculpas feitas apressadamente pelo deputado socialista. Nessa linha seria também aconselhável enviar convites para a Venezuela, Cuba, Irão, Síria, Coreia do Norte e outros regimes autoritários...

Obviamente o nosso PR não se pronunciará sobre o assunto (a não ser que faça um Roteiro pela República Popular da China), mas não me surpreendia que acreditasse (ou fingisse acreditar) no conto da avozinha de José Lello.

Nem mais...


terça-feira, outubro 17, 2006

Guatemala vs Venezuela



Está interessante a disputa pelo lugar da América Latina no Conselho de Segurança da ONU. Hoje, após 16 votações na Assembleia Geral, nenhum dos dois países conseguiu a maioria de dois terços necessária para conquistar o assento.

A Venezuela apostou muito nesta eleição, tendo gasto consideráveis quantias de dinheiro na promoção da sua candidatura. Aliás, Hugo Chavez está a enfrentar uma forte oposição nesta matéria visto que muitos venezuelanos são da opinião que os fundos poderiam ter tido uma melhor finalidade do que publicidade... O grande entrave para a eleição são os Estados Unidos, que constituem a máquina de propaganda da Guatemala. Seria um rude golpe para Washington se a Venezuela ganhasse o lugar.

Todavia, se as votações continuarem assim, é possível que se torne necessário surgir uma terceira opção que ganhe mais consenso. Provavelmente até seria a melhor solução, já que assim não haveria nem vencedores nem vencidos...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Prison Break


Uma das melhores séries do ano 2005. Coloco-a, sem qualquer hesitação, no meu top 5 das melhores séries da actualidade. Terminada a Season 1, um enorme êxito nos EUA (apenas ultrapassada nas audiências por 24), estava com algum receio que a season 2 não conseguisse acompanhar o ritmo da primeira. Bastou ver o primeiro episódio da segunda temporada para respirar de alívio... É hoje noticiado que a RTP comprou a primeira temporada. Só me resta recomendar...

domingo, outubro 15, 2006

Metodologias

Quando construímos um modelo que vai servir uma determinada população, qual deve ser a nossa primeira preocupação? Que este assente na grande faixa populacional capaz de o sustentar ou na faixa marginal incapaz de usufruir do modelo?

Se esse modelo, construído "para todos", tem uma faixa marginal que não consegue usufruir dos serviços, faz todo o sentido criar mecanismos de modo a reduzir essa taxa marginal. Mas isso não deve ser sempre feito após serem definidas as grandes linhas gerais?

Será que este raciocínio cria alguma injustiça ou discriminação? E se sim, qual seria a opção mais justa?

sexta-feira, outubro 13, 2006

A Sra. Royal mostra o seu verdadeiro socialismo...


Não existem dúvidas que a senhora começou muito bem a sua pré-campanha para a presidência, mas as coisas começam a complicar-se. Segoléne Royal começa a compreender que uma campanha não pode viver apenas de sorrisos, entrevistas para revistas côr-de-rosa e muito menos de ideias light de pontos da campanha do adversário. Embora tivesse considerado Tony Blair um exemplo a seguir, de uma esquerda moderna, algo que vi com muito bons olhos (ao contrário do seu próprio partido, tal como já era de esperar), deparo-me hoje com este texto (Via O Insurgente) onde a sra. Royal começa a mostrar que afinal a sua herança de esquerda é tudo menos moderna.

Ainda é cedo para poder avaliar o rumo que a campanha de Royal está a tomar, mas aparentemente este distanciamento do centro para agradar à esquerda parece apenas beneficiar o candidato da direita - Nicolas Sarkozy, que já começa a levar alguma vantagem nas sondagens. Porém, temos que ter em conta que Segoléne Royal começa a enfrentar uma oposição séria no seu próprio partido e embora sendo a personagem política mais popular da esquerda, tal poderá não ser suficiente para satisfazer os militantes socialistas para garantir a sua nomeação. Nesse sentido, a viragem à esquerda tem a vantagem de calar certos sectores do partido.

No momento em que os programas dos candidatos à presidência francesa começam a definir-se, Segoléne Royal corre o risco de ficar refém da sua própria candidatura no seio do partido. E a sua habitual estratégia de só sorrisos está a atingir um grau de saturação. Ela precisa de decidir o verdadeiro rumo da sua estratégia política e tem de ter consciência que esta é uma decisão que dificilmente poderá alterar. A direita possui ainda algumas vozes dissidentes no UMP, com Jacques Chirac e Dominique de Villepin ainda a tentar encontrar alguma uma alternativa a Sarkozy, mas a estratégia deste último já está muito bem definida. A opção de primar pelo velho socialismo gaulês pode simplificar as coisas nas eleições no seio do partido socialista, mas não vão ser um bom trunfo nas eleições em Janeiro, e ainda pior, não vão contribuir em nada para as mudanças necessárias num país como a França.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Semântica e Taxas Moderadoras

Explicaram-me que o objectivo das taxas moderadoras nas urgências hospitalares é o de evitar e prevenir o uso excessivo dos atendimentos médicos. Hoje leio no Público que o Ministro da Saúde, Correia de Campos, vai impôr uma taxa moderadora nos internamentos. Dado que o internamento é uma decisão tomada pelo médico, devido à necessidade de uma intervenção mais complexa e que pressupõe uma obervação mais cuidada, não compreendo onde está o objectivo inicial de evitar o uso excessivo. É que o abuso (se houver) é dos médicos, mas o pagamento é dos utentes. No fim de contas, o Ministro criou uma nova taxa de modo a conter a crescente despesa na saúde e rotulou-a de taxa moderadora.

O modelo de financiamente do nosso SNS precisa de ser urgentemente revisto e alterado. Porém, o que transparece das alterações efectuadas pelo ministro da saúde é o de se estar a efectuar consecutivos retalhos numa manta que está cada vez mais difícil de esticar...

Prolongar o garrote económico...

Hoje: A Dália Negra


Grandes Portugueses (2)

A polémica que este programa da RTP está a gerar nos blogs é notável... Desde aqueles que ainda não recuperaram do choque de não terem observado os nomes de Salazar e Marcello Caetano, até aqueles que apenas vêm personagens que pouco admiram... Enfim, é verdade que muitos podem não levantar muitas simpatias, mas a verdade é que é uma extensa lista com personalidades de inúmeras áreas, para não falar que a votação é livre... Mas enfim, deve ser mais uma daquelas fases...

terça-feira, outubro 10, 2006

Corta-Fitas

É para mim dos melhores blogs portugueses e já há algum tempo que faz parte das minhas visitas diárias. E não pára de reforçar a equipa... Convém manter os olhos atentos neste grupo, pois parece-me que as surpresas ainda não terminaram...

Grandes Portugueses



Depois de ter visto a lista de sugestões, fiquei com sérias dúvidas sobre qual seria a minha escolha. Contei 5 personagens que para mim se destacavam. Ponderei citar alguém fora da lista, mas no final, acabei mesmo por eleger apenas um Grande Português presente na lista de sugestões...

Nuclear



sábado, outubro 07, 2006

Sobre a entrevista a Luís Nobre Guedes


Não vi a entrevista na totalidade, mas não posso deixar passar um facto que me chamou à atenção e não por razões positivas. LNG a dada altura mostrou-se adepto do Partido Conservador britânico, modelado segundo David Cameron e afirmando que esse é o rumo certo, nomeadamente afastando-se das "políticas cegas" (segundo a expressão do próprio) de Margaret Thatcher.

Já aqui referi que a mudança que David Cameron está a protagonizar no Partido Conservador não colhe as minhas simpatias. É certo que com um Labour completamente refundado por Tony Blair, os conservadores necessitavam de alterar a sua estratégia de modo a ganharem terreno político. Todavia, se esses ganhos forem à custa de boas ideias e estratégias, nomeadamente da herança de Margaret Thatcher, isso constitui na minha opinião um mau sinal para o partido e para a Inglaterra.

No fundo, Luís Nobre Guedes não se demarca (bem pelo contrário) de outros colegas de partido (António Pires de Lima, por exemplo) na estratégia que gostaria de ver implementada no CDS, de uma mudança mais estética do que estruturalmente política, ou quanto muito, estética à custa do seu conteúdo político.

Colocar os sindicatos à frente dos trabalhadores...

Diz o Luís Gaspar no seu Elasticidade:

A direita não tem "apreço" pela democracia...





Depois de filtrar a demagogia política patente nestas declarações de Geraldo Alckmin, é interessante verificar a postura muito favorável aos eleitores de esquerda por parte do candidato. A estratégia não surpreende, dado que será nesse espectro político que as eleições se vão decidir.

sexta-feira, outubro 06, 2006

5 de Outubro


Ontem dei por mim a assistir a uma entrevista ao Duque de Bragança na tv. E não, não foi tão mau como incialmente esperava. Uma surpresa, na celebração de uma data importante da nossa história.

terça-feira, outubro 03, 2006

O improvável felizmente aconteceu...



Parece que desta vez, o presidente Lula da Silva não vai fugir ao debate com o seu adversário. Depois de conhecidos os resultados, ambos têm conheciento de quem vencer as presidenciais tem um duro trabalho pela frente, com um congresso dominado pelo PSDB mas muito fragmentado. A grande questão é saber como será possível fazer as reformas políticas que o Brasil precisa com uma câmara naquele estado.