Deve o Estado subsidiar o preço dos preservativos? Que política sobre SIDA?
O artigo é bastante interessante, mas peca em vários aspectos na minha opinião. Primeiro de tudo, não se compreende bem a relação que o título nos aponta. O Tiago reflecte sobre a existência de um subsídio do Estado em relação aos preservativos, de que forma este subsídio pode influenciar as estatísticas de SIDA e o aspecto quase humanista que toda esta problemática esconde. Faz-me confusão a palavra economia no meio de tudo isto, apenas isso.
Segundo, o artigo apenas refere a relação entre o preservativo e a SIDA. Tenho a certeza que se o Tiago tivesse maior espaço teria abordado outras questões, mas creio essencial nesta discussão apercebermo-nos que o preservativo não tem apenas efeitos profiláticos na SIDA. Esta é provavelmente a doença mais mediática, mas este meio é eficaz na prevenção de várias doenças infecciosas e em alguns tipos de neoplasias. Assim, esta avaliação do preservativo tendo apenas como base a SIDA, torna o artigo um pouco redutor na minha opinião. Todavia, é verdade que tratam-se de patologias associadas ao comportamento sexual, podendo comportar-se de forma semelhante. Não entro pelo tema, pois não ache que esteja à vontade neste universo estatístico.
Terceiro, é um dever do Estado zelar pela saúde dos seus cidadãos e mantê-los informados de todas os factos que estejam relacionados com casos de saúde pública. Este é um desses casos. A profilaxia envolve as duas vertentes, de informação e de meios técnicos. O que se põe em causa no artigo é a relação, ou melhor o favorecimento de um em detrimento de outro. O Tiago não é muito explícito quando explica que a informação deve ter um tratamento especial. Refere que "Um estado que respeite a esfera privada de cada um devia apostar na informação". Sinceramente não compreendo. De que maneira o subsíduo à venda de preservativos ou de qualquer outro método profilático, pode interferir na esfera privada do cidadão, colocando em causa o respeito pelo indivivíduo?
Não quero passar a ideia de que a informação deverá ser colocada de parte, em detrimento de este ou outros subsíduos. Longe disso. Digo mesmo que actualmente, dado o tipo de sociedade que temos, a informação é muito escassa e não é eficientemente transmitida. É necessário compreender que a nossa vivência em sociedade ainda está longe de constituir um exemplo de pluralismo e tolerância, pois os estereótipos ainda conduzem alguns sectores. Assim, torna-se vital a reformulação das medidas de informação, enquanto que melhores alternativas não surjam.
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