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Temas Presidenciais: Louçã e os Debates
José Pacheco Pereira, no Público:
Na prática, Louçã fala do que quer, como quer, dizendo o que quer, porque não tem que prestar contas, não tem responsabilidades por nada, nem tem memória, nem actua em função dos cargos a que concorre, nem das leis, nem da democracia, nem da economia de mercado. Louçã é um socialista colectivista, uma forma peculiar de comunista, se o termo não estivesse tão abastardado, um revolucionário de raiz leninista, aceitando o princípio do direito à violência para derrubar o "capitalismo", defensor de um regime político-social autoritário, sempre presente como pano de fundo na lógica da sua argumentação. Ele nunca o dirá, porque somente faz a crítica ao existente. É na crítica que ele brilha, mas não tem que pagar o preço de falar das alternativas, a não ser através de uma retórica de ocultação, porque as alternativas com que ele concorda lhe estragariam a imagem e a propaganda.
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