Por decisão própria, não comento assuntos religiosos neste blog nem faço sugestões de leitura de assuntos de índole exclusivamente religiosa. Todavia, hoje vou quebrar esse meu príncipio para recomendar a leitura da crónica de Pacheco Pereira no Público, intitulada O Camauro.
Pacheco Pereira faz uma análise histórica e cultural da personalidade de Bento XVI, recomendada a crentes e não crentes.
Esta situação ainda é mais nítida quando tomamos em conta o dinamismo teológico do cristianismo, quer reformado, quer católico, em contraste com as dificuldades do islão em ter uma interpretação dinâmica, capaz de fazer a adaptação às mudanças da história e da sociedade. O islão, na ausência de autoridades interpretativas legitimadas, fixou-se no cânone da sua origem e não reflecte a modernidade, nem convive facilmente com a laicidade. Por aqui se percebe que o facto de o cristianismo ser uma religião que tem uma Igreja, como materialização na terra da presença de Deus e, dentro dessa Igreja, na versão católica, ter uma hierarquia que termina no Papa, lhe permite falar para tempos diferentes de modo diferente, mesmo quando é a mesma Voz.
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