domingo, dezembro 24, 2006
sábado, dezembro 23, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Toda a verdade sobre a minha obsessão sobre a sra. Segoléne Royal...
Bruno Alves, n'O Insurgente:
O “fenómeno Ségolène” é absolutamente extraordinário, e revelador do mundo em que vivemos. Numa terra do Norte português, um grupo de socialistas europeus reúne-se num evento cuja irrelevância é comprovada pela ausência de Zapatero ou Tony Blair, ou pela presença de Howard Dean. Ségolène, essa, está cá. E é o único assunto da reunião que merece o destaque da RTP. A senhora não disse nada, a não ser umas frases incompreensíveis até para quem fala francês. A senhora, aliás, nunca disse nada. No entanto, traz “novidade” à política. Parece que é uma “lufada de ar fresco”. Não se percebe porquê. Não se percebe, aliás, como se pode caracterizar Ségolène seja com que adjectivo for, tal a absoluta vacuidade do que ela diz e faz. No entanto, onde ela se senta, logo estão as televisões, como um gato aos pés da dona. O “fenómeno Ségolène” mostra no que se transformou a actividade política. Em publicidade. Ségolène é apresentada como “moderna”. Como “diferente”. E por assim ser apresentada, por assim ser caracterizada, passa, efectivamente, a ser “moderna”. Passa a merecer atenção, porque foi dito que merece atenção, não por ter feito algo para a merecer. Alguém disse em tempos que vender um Presidente da República era igual a vender um sabonete. O “fenómeno Ségolène” mostra que, com uma boa máquina publicitária por trás, até um sabonete pode vir a ser eleito Presidente.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Back on track
Depois de uma semana afastado do mundo das notícias e dos blogs, uma rápida actualização:
- Os senhores eurodeputados do Parlamento Europeu, continuam as suas mil e uma viagens pela Europa à procura de informações sobre meia-dúzia de voos da CIA. Não há paciência. Foi para isto que foram eleitos? É para isto que serve o Orçamento do Parlamento? E ainda existe quem se questione, porque razão as pessoas começam a estar fartas dos senhores de Bruxelas.
- Segoléne Royal, depois dos tristes comentários no Médio Oriente (e as suas escapatórias em problemas de "tradução"), parece que esteve pelo Porto. Como já vem sendo habitual, disse coisas "bonitas" sobre Europa. A nível de ideias, ninguém pareceu notar nenhuma...
- O tão esperado Relatório sobre o Iraque, conduzido pelo ex-Secretário de Estado James Baker, foi finalmente apresentado. As suas conclusões não trouxeram nada de novo.
- Em Portugal, assiste-se à situação vergonhosa envolvendo a ERC. Mas será que ninguém compreende a gravidade da situação?
- Segoléne Royal, depois dos tristes comentários no Médio Oriente (e as suas escapatórias em problemas de "tradução"), parece que esteve pelo Porto. Como já vem sendo habitual, disse coisas "bonitas" sobre Europa. A nível de ideias, ninguém pareceu notar nenhuma...
- O tão esperado Relatório sobre o Iraque, conduzido pelo ex-Secretário de Estado James Baker, foi finalmente apresentado. As suas conclusões não trouxeram nada de novo.
- Em Portugal, assiste-se à situação vergonhosa envolvendo a ERC. Mas será que ninguém compreende a gravidade da situação?
sábado, dezembro 02, 2006
Uma questão pertinente que me colocaram
Será que a Europa é "apenas" esse "acquis communautaire" (património comum de valores políticos), ou é "mais qualquer coisa" cultural?
quinta-feira, novembro 30, 2006
"Ma réponse est oui"
A la question "Etes-vous candidat à l'élection présidentielle ?", Nicolas Sarkozy déclare simplement : "Ma réponse est oui." Soulignant que "cette décision l'engage", le ministre-candidat, affirme qu'il s'agit du "choix d'une vie. C'est une lourde responsabilité vis-à-vis des Français auxquels je demande de me faire confiance" , ajoute-t-il.[Via Le Monde]
quarta-feira, novembro 29, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
Os Melhores Blogs 2006
Embora não goste muito deste tipo de rankings, a verdade é que não resisto a este tipo de coisas. Embora muitos mais merecessem estar nesta lista, tive que cumprir as regras... O Bodegas e o blog da Revista Atlântico por regra não estão presentes em nenhuma categoria, tal como o Geração Rasca, o blog que está a organizar a iniciativa... Aqui fica o meu destaque:
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Melhor Blog Individual Feminino:
Blogotinha
Bomba Inteligente
Controversa Maresia
Eclético
Miss Pearls
Rititi
Melhor Blog Individual Masculino:
Abrupto
A Causa foi Modificada
Blue Lounge
Kontratempos
Portugal dos Pequeninos
Rua da Judiaria
Melhor Blog Colectivo:
Cinco Dias
Corta-Fitas
O Amigo do Povo
O Insurgente
Small Brother
Sociedade Anónima
Melhor Blog Temático:
A Cidade Surpreendente
Da Literatura
Margens de Erro
Mitos Climáticos
O Jumento
Ponto Media
Melhor Blog:
A Destreza das Dúvidas
Cinco Dias
Corta-Fitas
Miss Pearls
O Insurgente
Portugal dos Pequeninos
Melhor Blogger:
André Azevedo Alves (O Insurgente)
João Gonçalves (Portugal dos Pequeninos)
João Luís Pinto (Small Brother)
Pedro Correia (Corta-Fitas)
Rui de Albuquerque (Blasfémias)
Tiago Barbosa Ribeiro (Kontratempos)
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Melhor Blog Individual Feminino:
Blogotinha
Bomba Inteligente
Controversa Maresia
Eclético
Miss Pearls
Rititi
Melhor Blog Individual Masculino:
Abrupto
A Causa foi Modificada
Blue Lounge
Kontratempos
Portugal dos Pequeninos
Rua da Judiaria
Melhor Blog Colectivo:
Cinco Dias
Corta-Fitas
O Amigo do Povo
O Insurgente
Small Brother
Sociedade Anónima
Melhor Blog Temático:
A Cidade Surpreendente
Da Literatura
Margens de Erro
Mitos Climáticos
O Jumento
Ponto Media
Melhor Blog:
A Destreza das Dúvidas
Cinco Dias
Corta-Fitas
Miss Pearls
O Insurgente
Portugal dos Pequeninos
Melhor Blogger:
André Azevedo Alves (O Insurgente)
João Gonçalves (Portugal dos Pequeninos)
João Luís Pinto (Small Brother)
Pedro Correia (Corta-Fitas)
Rui de Albuquerque (Blasfémias)
Tiago Barbosa Ribeiro (Kontratempos)
Afinal não é apenas aqui...
A polémica medida da Ministra da Educação sobre a avaliação dos professores pelos pais, parece ter encontrado simpatizantes no Japão...
Parents evaluating schoolteachers' abilities and a thorough reform of boards of education will be the major pillars of education reform, according to an outline of a draft for the first report of Prime Minister Shinzo Abe's Education Rebuilding Council.
The outline, which The Yomiuri Shimbun obtained Sunday, says that if teachers are judged to be lacking in teaching abilities, retraining or changes of positions should be strictly carried out.
Um dia teria que ser...
Já aqui referi que sou um pouco reticente em comentar temas religiosos e políticos no mesmo espaço, principalmente quando estão ligados. Porém, nos próximos dias não parece haver outra maneira. Sobre a viagem do Papa à Turquia: O lado político da religião.
quinta-feira, novembro 23, 2006
E então os eleitores?
A propósito da "limpeza" que ocorreu na bancada do PCP na AR, Jerónimo de Sousa vem acusar a deputada Luísa Mesquita de violar "um compromisso político e ético" com o partido, dado que esta se recusou demitir. E o compromisso que a deputada assumiu com os deputados que a elegeram não conta? Porque razão se ignora este compromisso, por sinal bem mais importante que uma purga marxista dentro do partido?
Joschka Fischer
Independentemente das simpatias políticas e ideológicas de cada um, a entrevista (no Público de hoje) a Joschka Fischer, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros Alemão, é recomendada a todos aqueles que se interessam sobre o problema nuclear iraniano e a crise no Médio Oriente e respectivas repercussões a nível mundial.
Curiosamente, verifiquei que em diversos aspectos estou de acordo com Joschka Fischer. Logo que tenha oportunidade, devo voltar a este assunto.
No comments
Um rapaz georgiano de oito anos arrastou hoje um autocarro de mais de duas toneladas, tendo como testemunha várias centenas de pessoas, na capital da Geórgia, Tbilisi.
O «Sansão» georgiano, de 93 quilos e 1,55 metros de altura, arrastou o autocarro ao longo de quase 43 metros perante a estupefacção dos presentes, segundo a agência oficial russa Itar-Tass.
quarta-feira, novembro 22, 2006
José Sócrates fala de calculismo...
Eu diria: Quem esperava que o discurso arrogante de José Sócrates mudaria, enganou-se... E ainda se discute calculismo...
terça-feira, novembro 21, 2006
Eyes on 2008 - John McCain
"I also want to thank you and everyone at the Federalist Society for your commitment to the subject of this year’s conference, limited government, and to the rule of law.
I thought I would begin by sharing with you a few thoughts about last week’s election from a Republican’s point of view.
The voters obviously wanted to get our attention last week. While I would have preferred a gentler reproach than the one they delivered, I’m not discouraged nor should any of us be. Democrats had a good election night. We did not. But no defeat is permanent. And parties, just like individuals, show their character in adversity. Now, is the occasion to show ours.
The election was not an affirmation of the other party’s program. Try as hard as I could, I couldn’t find much evidence that my Democratic friends were offering anything that resembled a coherent platform or principled leadership on the critical issues that confront us today.
Nor do I believe Americans rejected our values and governing philosophy. On the contrary, I think they rejected us because they felt we had come to value our incumbency over our principles, and partisanship, from both parties, was no longer a contest of ideas, but an ever cruder and uncivil brawl over the spoils of power.
I am convinced that a majority of Americans still consider themselves conservatives or right of center. They still prefer common sense conservatism to the alternative. Americans had elected us to change government, and they rejected us because they believed government had changed us. We must spend the next two years reacquainting the public and ourselves with the reason we came to office in the first place: to serve a cause greater than our self-interest.
Common sense conservatives believe that the government that governs least governs best; that government should do only those things individuals cannot do for themselves, and do them efficiently. Much rides on that principle: the integrity of the government, our prosperity; and every American’s self-respect, which depends, as it always has, on one’s own decisions and actions, and cannot be provided as another government benefit.
Hypocrisy, my friends, is the most obvious of political sins. And the people will punish it. We were elected to reduce the size of government and enlarge the sphere of free and private initiative. We increased the size of government in the false hope that we could bribe the public into keeping us in office. And the people punished us. We lost our principles and our majority. And there is no way to recover our majority without recovering our principles first.
###
While times may change, the values and principles for which we stand do not. Your work and the mission of the Federalist Society is critical to ensuring that our nation remains faithful to the self-evident truths and enduring principles that have always made the American experiment an inspiration and example to the world.
Ideas like “limited government” or “the rule of law” can sound pretty abstract when we talk about them here in Washington in the halls of Congress. And it’s a measure of how divided our politics have become that they are often taken for partisan “buzz words.”
In fact, they are ideas worth fighting for; worth dying for. And Americans have fought and died for limited government and the rule of law for well over two hundred years, in places as close to home as Brandywine Creek and as far away as Iwo Jima, at Gettysburg and Khe Sanh, at Kandahar and at Shanksville, Pennsylvania.
So it’s important that we remind ourselves that limited government and the rule of law are more than the arid cliches of partisan political debate. In fact, they are the essential underpinnings of our freedom, and the principles for which the Federalist Society has been fighting since its formation over 25 years. To lose either would be to lose freedom, for they are our strongest bulwarks against tyranny. People are suffering today physical and emotional agony, terrible loneliness, and even death to advance those ideals in countries where the power of the state observes no limits, where human dignity is denied the respect and the protections that must form the basis of morality, in any culture, any religion, and any society.
We should never forget their sacrifice and purpose. In the name of those brave people, I want to share with you today my understanding of and support for these vital ideals.
The genius of our founding fathers wasn’t that they were better people than those who came before them; it’s that they realized precisely that they did not have a greater claim to virtue, and that the people who followed them weren’t likely to be any more virtuous than they were. That critical insight led them to realize something important about power: if its exercise isn’t limited, it will become absolute. Power always tries to expand. It’s a law of nature, of human nature.
As James Madison wrote in The Federalist No. 51, “[w]hat is government but the greatest reflection of all on human nature? If men were angels, no government would be necessary. If angels were to govern men, no internal or external controls on government would be necessary. In framing a government which is to be administered by men over men, the great difficulty lies in this: you must first enable the government to control the governed; and in the next place oblige it to control itself.”
The Founders saw the truth of this insight play out in their lifetimes, in the arbitrary exercise of power by King George III, and in the ominous rise to power of Napoleon in France. Our parents’ generation saw it in the rise of Hitler and Stalin, and in the post-war twilight struggle against communism. We’ve seen it in our generation in the reign of the Taliban in Afghanistan, of Saddam Hussein in Iraq, of Kim Jong Il in North Korea and the reign of the mullahs in Iran. We see it most starkly today in Osama bin Laden’s vision of a global medieval caliphate.
There are cultural differences in other parts of the world, to be sure, and we must adjust our tactics based on our understanding of those differences. But there are some basic underlying truths: unlimited government confers unlimited power on its leaders to impose their will on others. That’s one truth. Here’s another: people generally don’t want to live their lives in the crosshairs of government oppression. They want to be free to make for themselves and their children, by their own decisions, talents and industry, a better future than they inherited.
The solution that our founders devised guides us to this day: limited government. Understanding the natural tendency of power to expand, the founders designed our government to restrain it.
They created a federal government of enumerated powers, of three branches whose reach was limited by the powers of the other branches, by the powers reserved to the states, and by the rights reserved to individuals. They divided the power to make war between Congress and the Executive, making the President the commander-in-chief but giving Congress the power to raise and fund armies and declare war. They gave Congress the power to raise and appropriate money to support the government but the president the power to spend. They gave the President the power to negotiate treaties, but the Senate the power to ratify or reject those treaties. They gave the President the power to appoint judges, but the Senate the power of advice and consent.
They enumerated certain baseline individual rights, but instructed that this list was not exhaustive, and they provided that the rights and powers that were not enumerated were reserved strictly to the states and the people.
They created courts of limited jurisdiction, which could hear only “cases or controversies” “arising under” the Constitution. The further development of the common law we inherited from England, and the scope of the individual rights reserved to the states, were questions left to the individual states, removed from the jurisdiction of the federal courts.
By limiting government in these ways, the founders attempted to ensure that no one branch could dominate the others, that the federal government could not usurp state powers, and that one individual asserting his rights could stop the entire machinery of government from taking away his freedom.
(...)
History teaches us that without the rule of law there is nothing – no form of oppression, no form of physical suffering -- that people will not inflict upon one another. I know this to be true. I see it in the appeals I receive every day from supporters of human rights advocates around the world who have been imprisoned, tortured and murdered for daring to challenge the tyranny of their governments. I have seen it in countries such as Burma, where I have met with the woman who willingly surrendered the privileges and comforts of life in the West but has, on behalf of her people, refused to surrender voluntarily her inalienable right to freedom. And I saw it many years ago, as I watched men deprived of every liberty, who were routinely tortured, maintain their dignity and their loyalty to their country, and its ideals. That is why, I have been outspoken in opposition to using torture against our enemies. The moral strength that enables people to stand up to tyranny in other countries resides in their conviction that were the situation to be reversed they would not avail themselves of the abuses of power that they have suffered.
We, Americans stand for something in this world. We stand for a vision of human happiness and potential, of human freedom, based on limiting the powers of government and respecting the rule of law.
Those are the ideals I fought for in my youth, and that I fight for today, at less personal risk than faced by the Americans who now stand a post in foreign countries in defense of our interests and ideals. We best honor those who are fighting and dying in the deserts of Iraq and the mountains of Afghanistan by not losing our way.
We honor them by insisting in our every action, from the appointment of federal judges to the trial of enemy combatants, that our ideal of limited government under the rule of law continues to be respected.
So let’s resolve here today not to lose our way. We’re in one heck of a mess in Iraq, and the American people told us loud and clear last week that they are not happy with the course of this war. Neither am I. But let’s be clear: that’s the limit of what they told us about Iraq and the war on terrorism.
The American people didn’t tell us to forget the people we lost on 9/11, who were going about their lives free to work and dream and love, unaware that they were the intended victims of a jihad. They didn’t tell us to forget the sacrifices of our soldiers in Iraq and Afghanistan, or to choose a course that would imperil their mission.
They didn’t tell us to abandon our friends in remote parts of the world to moral monsters like Osama bin Laden or to apostles of hate like the Taliban who oppress everything they cannot understand.
Above all, they didn’t tell us to forget our ideal of limited government.
I think the American people want us to reaffirm who we are. So let’s do that today, my friends.
We are a nation that limits the reach of government because government by its nature will, if permitted, limit the reach of the human heart.
We are a nation that limits the reach of government because we understand that no government should have a right to impose itself between human beings and their lawful aspirations to make of their lives what they will.
We limit government because the greatness of our country, our productivity, resourcefulness and compassion, is not a product of the state’s decrees or prerogatives, but derived from the free exercise of the rights and responsibilities of liberty.
We are a nation that limits government so that government cannot limit us.
I believe this notion of limited government will stand as our lasting contribution to the world. We are proof that people can frame a government to serve as an instrument of the people, not the other way around.
And by our actions both at home and abroad we will prove once more, as we did in the last century, that regimes like the Nazis, or the fascists, or the Soviet Union, or the Taliban, which place the interests of the state or a movement or a cause above the rights of the people, is on the wrong side of history.
America must remain ever vigilant in the preservation of our governing ideals. You must continue your good work in service to that essential work, because you know something that we here in Washington too often forget: that neither the courts, nor Congress nor the President can make us a great country. Only the American people can do that, if we, all three branches of government, safeguard their rights, which we have sworn an oath to do.
The endless ranks of Americans who have died in service to that ideal, and who fight to defend it today, demand of us, who do not share their sacrifice, that we use our talents and industry to keep that ideal inviolate within the boundaries of the country they have loved so well.
I thank you for keeping faith with their faith, and for lending your hearts and minds to the enduring and noble cause of preserving in our time the greatest experiment in human history: government of the people, by the people and for the people.”
Senator John McCain
Speech to the Federalist Society (20/11/2006)
segunda-feira, novembro 20, 2006
1001º Post - Atlântico
Uma feliz coincidência. Nada melhor para comemorar o 1000º post neste blog do que a apresentação de uma novidade. Aceitei o convite que o Paulo Pinto Mascarenhas me endereçou e a partir de hoje passo a escrever para o excelente blog da Revista Atlântico.
Este blog continuará activo. Só que a partir de agora poderão ler-me em dois espaços. Aproveito a oportunidade para agradecer uma vez mais ao PPM, e... passemos aos posts!
Este blog continuará activo. Só que a partir de agora poderão ler-me em dois espaços. Aproveito a oportunidade para agradecer uma vez mais ao PPM, e... passemos aos posts!
domingo, novembro 19, 2006
sábado, novembro 18, 2006
Liberalismo, segundo AA
António, apenas não coloquei a Helen Swiden no post abaixo, pois ela felizmente é uma realidade económica... Estamos esclarecidos?
Mitos Económicos
(Texto publicado na Revista Dia D, no dia 17 de Novembro de 2006)
Em meados de Agosto, encontrei-me com um colega que não via há algum tempo. Com ele, estava um amigo de nacionalidade sueca, que estava a passar férias na Madeira. Com uma tarde livre pela frente, falámos sobre os mais diversos assuntos. A dada altura, o meu colega pergunta-lhe com que idade saiu de casa. Ele responde com naturalidade: “18, mas a minha irmã saiu com 16”. Movido pela curiosidade, não resisti a perguntar se era habitual na Suécia, os jovens saírem de casa dos pais tão novos e se não tinham problemas em sustentar a sua nova casa? A resposta foi instantânea. “Nenhum problema. Sabes que na Suécia é muito fácil arranjar casa e mantê-la. O governo ajuda imenso as pessoas. Ajuda tanto que os jovens quase nem têm vontade de trabalhar”. Na altura, não pude deixar de sorrir para o Mike e ponderei lançar-me num feroz ataque contra esse modelo económico. O meu colega pareceu ler-me os pensamentos e rapidamente desviou a conversa.
Em Portugal, o modelo económico sueco é visto com uma profunda admiração e reverência. O Primeiro-Ministro, José Sócrates, não se cansa de louvar o modelo nórdico, como exemplo de um bom estado social. Curiosamente, os suecos parecem já não ter tantas certezas sobre esse modelo de desenvolvimento, dada a derrota dos Sociais-Democratas nas recentes legislativas suecas.
Fazendo uma análise atenta aos índices económicos da Suécia ao longo do tempo, reparamos que o desenvolvimento económico está aquém daquilo que se publicita. Nos últimos 50 anos, a economia Sueca tem vindo a entrar em declínio, chegando a ter uma recessão em 1990. A taxa de desemprego tem vindo a aumentar, mesmo com os artifícios que o governo inclui para “esconder” a verdadeira taxa. A razão para este aumento é de todos conhecida: a excessiva regulação laboral a que o país está sujeito. De qualquer das formas, a economia sueca tem permanecido estável desde o período de estagnação, no qual foram implementadas reformas de modo a liberalizar o mercado sueco. Neste aspecto, a Suécia pode ser olhada com inveja pelos restantes congéneres europeus, pelo grau de liberdade económica do seu mercado e pela elevada qualificação da sua mão-de-obra. Porém, todos estes bons factores são minados pelo agressivo clima fiscal e pelos custos do seu modelo social.
Se até agora, o mercado liberalizado sueco tem conseguido aguentar o peso do Estado na economia, a situação não conseguirá permanecer estável por muito mais tempo. A principal razão para esse colapso, caso não se actue, é explicada pelo Mike. A construção do Estado social, com os seus generosos benefícios sociais e à custa de uma elevada carga fiscal, conduziram a uma alteração da moral social. A responsabilidade social, o pilar sobre o qual deveria ser assentar este modelo, foi relegada para um segundo plano. Com tantos benefícios e direitos sociais, a cultura do trabalho e da responsabilidade individual tornou-se secundária. Entrou-se na era dos direitos e terminou a era das responsabilidades.
Mesmo com as dificuldades que a Economia sueca começa a enfrentar, não tenhamos dúvidas que esta continua a possuir um enorme potencial económico, assente numa grande competitividade. O seu futuro depende da coragem para reformar o seu modelo social, pois é disso que a sociedade e a economia sueca necessitam.
A propósito dos "Mitos Económicos"
Algumas pessoas levantaram algumas dúvidas e questões a propósito do meu artigo na Revista Dia D, nomeadamente o Rui Fonseca.
Algumas notas:
1. Embora tenha referido no artigo que tinha ponderado lançar-me num "ataque feroz" contra o modelo económico sueco durante a minha conversa, achei que o artigo era claro na medida em que a minha crítica focava apenas uma parte da estratégia de desenvolvimento sueco. Aparentemente houve quem não achasse.
2. No meu texto não nego que a Suécia constitui um dos países mais desenvolvidos no Mundo, ao contrário do que muitos ficaram a pensar no meu artigo. Para aqueles que não acreditam, sim, eu considero a Suécia um país muito desenvolvido em inúmeras áreas. Mais, chego a referir que a estabilidade económica da Suécia e o desenvolvimento do seu mercado, deveu-se em grande parte a reformas que liberalizaram o mercado, tornando-o bastante competitivo. Sim, neste aspecto concordo contigo Rui, temos muito para aprender com a Suécia.
3. A construção do Estado Social e os problemas que este coloca a médio e longo prazo a uma economia com muito potencial, como a sueca, foi o que pretendi analisar no artigo. Apenas.
4. Já estou habituado aos epítetos "ultra-liberal", "neo-liberal", "radical-liberal", etc. Muito sinceramente, não ligo muito a rótulos, principalmente ideológicos. Dado que as minhas posições não se enquadram em nenhum ideologia de forma perfeita, essa é para mim uma questão secundária. Ainda hoje, fui considerado um social-democrata...
4. Já estou habituado aos epítetos "ultra-liberal", "neo-liberal", "radical-liberal", etc. Muito sinceramente, não ligo muito a rótulos, principalmente ideológicos. Dado que as minhas posições não se enquadram em nenhum ideologia de forma perfeita, essa é para mim uma questão secundária. Ainda hoje, fui considerado um social-democrata...
5. Adorava visitar a Suécia.
quinta-feira, novembro 16, 2006
Ségolène Royal
"Je vis intensément ce moment de bonheur", a déclaré Ségolène Royal. "Vous ne serez pas déçus", a-t-elle aussi dit aux militants socialistes. Rue de Solférino, au siège du PS, on estime qu'elle obtiendra entre 55 et 60 % des voix. Dominique Strauss-Kahn serait deuxième, autour de 25 à 30 %.[Le Monde]
A ler com atenção
A interessante discussão que se está a desenrolar entre o Rui Albuquerque do Blasfémias e a Mafalda no Blogue do Não.
terça-feira, novembro 14, 2006
Percepções e Realidade
Fiquei com a percepção que o livro deixa muito a desejar e que a realidade dos factos é bem mais persuasiva do que as inconsistentes frases que li nos noticiários...
domingo, novembro 12, 2006
Eyes on 2008: Rudy Giuliani
It is now more apparent than ever that the Republican Party urgently needs strong, charismatic leadership as it licks it wounds after the 2006 elections. Consequently, there is no better choice for the 2008 Republican presidential nominee than former New York mayor Rudy Giuliani.
Most of the liberal pundit-ocracy says Sen. John McCain (R-Ariz.) is the favorite for the 2008 nomination, and that Rudy’s positions on social issues will prevent him from getting past a primary. But those people are wrong.
Giuliani consistently beats out McCain in polls of favorability, name recognition and potential voting in 2008. He almost always finishes number one or two in not only mainstream polls, but also, more importantly for the primary, in polls on conservative Web sites where Newt Gingrich and Sen. George Allen (R-Va.) are near the top. The base may disagree with some of Giuliani’s social positions, but they do like him as a person and a leader — something that cannot be said about McCain.
Two factors will turn Giuliani’s social stances into a non-issue. Giuliani isn’t a senator with a long history of established, controversial votes (but who is?); his stances are largely artifacts leftover from his days as a pragmatic mayor of a very liberal city. In a Republican primary, it will be very easy for Giuliani to move back to the center-right on social issues. Also, Giuliani has proven that he is truly a fiscal conservative, something that has become a rarity in either party.
The second issue is simpler: The 2008 election is not going to be about social issues; it’s going to be about how the United States is going to handle the continued threats from violent Islamic fundamentalists. Ever since the Sept. 11, 2001 terrorist attacks, Giuliani has proven his courage and strength in times of crisis and that he understands what is at stake for the world.
His leadership will not falter, and he is capable of correctly making tough decisions as evidenced by his refusal to accept a Saudi prince’s $10 million offer after criticizing U.S. foreign policy. Unlike the Democrats, Giuliani is not going to settle for appeasement of the terrorists.
Giuliani hasn’t officially declared his candidacy for president, but delaying his announcement is beneficial because his name recognition isn’t going to get much higher. His actions certainly convey a desire to run; his Solutions America PAC funded Republican candidates across the country. Giuliani himself appeared with candidates from Arizona to Pennsylvania and many places in-between, and he spent the final night in Iowa — home of the nation’s first presidential caucus.
Giuliani has had some personal troubles, but the Democrats don’t have any moral ground on which to stand and criticize him. Remember, if Giuliani, McCain, Gingrich, Allen and Gov. Mitt Romney (Mass.) run in a GOP primary, “the only guy in the GOP field with only one wife would be the Mormon,” said Kate O’Beirne of National Review.
Imagine this: Giuliani brings with him all of the positive aspects of the Republican Party without carrying any of its baggage. He wins New York’s 31 electoral votes versus any Democrat — including Hillary — and with a charismatic, midwestern or southern running mate, Giuliani walks into the White House with hardly a fight. 2008 presidential dropout Mark Warner (D-Va.) was the Democrats’ only long shot to stop him.
Rudy Giuliani cleaned up the city of New York and is more than able to tackle the problems facing our country today. America needs strong, charismatic leadership, and Giuliani is the man to provide it.Eric Rodawig
[Via The Hoya]
sábado, novembro 11, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
quarta-feira, novembro 08, 2006
EUA - Eleições II
Os democratas são os grandes vencedores das eleições para o Congresso, conseguindo até desafiar os Republicanos no Senado. Os dois lugares que vão decidir o Senado ainda estão por atribuir. Nancy Pelosi está de parabéns pela maneira coesa com que guiou os democratas nestas eleições e pela maneira como capitalizou o descontentamento com a política externa da Administração Bush. Porém, não creio que esta vitória dê azo a uma grande mudança na política americana, principalmente ao nível da política externa. O problema chamado Iraque, é agora um fardo tanto para o Presidente como para os democratas. A oposição de bancada acabou. Os democratas precisam de colaborar activamente com Bush para encontrarem uma solução estável, tentando (se possível) manter um low-profile, já que em dois anos existem presidenciais. No fundo, não creio que Bush deva ter muitas razões para estar preocupado. É ele quem continua a dirigir o país. Agora, possui alguém com quem partilhar os possíveis erros e vicissitudes das suas políticas.
terça-feira, novembro 07, 2006
PGR
Discordo. O simples facto de Pinto Monteiro ter insistido com o nome de Mário Gomes Dias para Vice-PGR, apenas demonstra que o seu cargo irá ser exercido com força e determinação. A PGR precisa de eliminar definitivamente a atmosfera de indecisão e ineficácia que Souto Moura criou. Este é um bom começo.
EUA - Eleições I
Desenrascanço...
Mesmo com alguns problemas técnicos (ainda não consigo fazer o meu login no blogger e aceder ao meu dashboard), lá consegui arranjar uma maneira para publicar os meus posts...
Espero que a situação seja normalizada rapidamente e que o blogger me responda em breve com a solução para este problema... Entretanto, vamos lá actualizar este espaço...
sábado, novembro 04, 2006
Défice Ideológico
quinta-feira, novembro 02, 2006
Coisas que ainda me surpreendem (II)
O Ministério da Economia convida um ex-Primeiro Ministro para uma conferência, onde este último tece rasgados elogios à política económica do governo...
Uma barbaridade, duas barbaridades, três barbaridades, ... Ainda não se habituaram?
Sobre isto, apenas digo: Muito sinceramente, já não tenho paciência...
quarta-feira, novembro 01, 2006
Sondagens
Para os interessados nas eleições para o Congresso dos EUA, julgo que vale a pena consultar esta sondagem da Reuters.
terça-feira, outubro 31, 2006
Prós e Contras II
Podia ter sido um debate interessante e produtivo. Não foi. Alguns convidados deixaram muito a desejar, mas mesmo assim, aquilo que estragou completamente o debate foi a plateia completamente bipartida e frenética, que não ligava a nada a não ser fazer mais ruído que a outra claque. Compreendo que um debate ganha com uma audiência real, mas perde em toda a linha quando não se consegue ouvir uma linha de raciocínio sem ser-se interrompido vezes sem conta.
De todas as pessoas que intervieram, apenas gostei de ouvir (e estive em pleno acordo) com o Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes. Desde a sua escolha de estar em directo, em vez de estar a meio da batalha tribal, até à maneira elegante que ultrapassou muitas das questões comprometedoras de Fátima Campos Ferreira, foi sem dúvida a pessoa que mais gostei de ouvir falar (até porque não foi interrompido pela plateia...).
Quanto aos restantes, considerei alguns abomináveis e outros razoáveis. Não me identifiquei com as posições de nenhum deles, até porque ainda me restam algumas dúvidas sobre o tema. É por essa razão que ainda não me pronunciei directamente sobre o assunto, nem faço parte de qualquer movimento contra ou a favor.
Se fosse para eleger as duas pessoas que mais se destacaram de cada lado, escolheria os dois médicos de serviço: Miguel Oliveira e Silva e João Paulo Malta. Com estilos completamente diferentes, eram de longe os mais bem preparados para o debate (e não me estou a referir apenas à sua formação científica sobre o assunto), mas pela clareza e coerência de posições e por terem sido aqueles que levantaram as questões mais pertinentes. Não sei se este debate contribuiu para clarificar as posições dos portugueses. Espero que sim. Infelizmente, para mim, não contribuiu.
Prós e Contras
Deixo para amanhã (ou melhor, para daqui a algumas horas) os meus comentários sobre o debate...
segunda-feira, outubro 30, 2006
Lula
Não era certamente a minha escolha, caso votasse no Brasil, mas fiquei com uma boa impressão quando ouvi Lula da Silva a referir que gostaria de ter um consenso político alargado, agora que foi reeleito presidente. Não tenho dúvidas que o afastamento de Lula do PSDB no primeiro mandato não beneficiou o país, tal como referia indirectamente Fernando Henrique Cardoso no Público há umas semanas. Aparentemente Lula quer corrigir esse facto. Para além disso, não nos esqueçamos que o Congresso é dominado pelo PSDB, logo, esta decisão também demonstra algum bom senso político...
sábado, outubro 28, 2006
Eyes on 2008 - Barack Obama
At the time, I called Sen. Kennedy "Jack." He thanked me for helping him try to get the Democratic vice presidential nomination that summer. I said, "Jack, if you are still interested, I think you can be nominated for vice president in 1960." He looked at me with his piercing eyes and replied, "Vice president? Newt, I'm going to run for president!" I was stunned, and said, "Are you nuts? You are only 39 years old." He said, "If I ever have a chance, it is next time." And, of course, he was right.
Fifty years have gone by since that dinner-party conversation. Now we have another young man thinking about running for president. Sen. Barack Obama (D-Ill.) is two years older than Kennedy was when he became president at age 43. Yet many people wonder whether Obama is ready to assume the responsibilities of the presidency. I believe he is ready, and here's why.
Our country got off to a bad start in the new century. Sept. 11, 2001, the Iraq war, Iran and North Korea working on nuclear bombs, mammoth budget deficits, failure to address problems with Social Security, health care and immigration--all these issues have engulfed our country. We are disgusted by excessive partisanship and ethical lapses in both parties.
We need a calm, reflective president who does not think the other party is driven by bad motives. His new book, "The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream," is a thoughtful, careful analysis of what needs to be done to preserve our freedoms in a time of terror. For those who question whether he has enough experience to have good judgment, I remind them that it was Obama who had the wisdom and courage back in 2003 to warn, "Do not invade Iraq." His service in the Illinois Senate and the U.S. Senate earned the respect of his colleagues on both sides of the aisle. He brings people together to find consensus and to find solutions to our problems. He is a different kind of political leader. He is a peacemaker.
Second, as David Brooks pointed out in his column in The New York Times last week, Obama is not an orthodox liberal. Obama is of a new generation, tired of the arguments about big versus small government. Instead, he wants smart government. He looks for sensible solutions either through governmental action or marketplace approaches, whichever is appropriate for the circumstances. He is the opposite of an ideologue and has no interest in continuing the current impasse between liberals and conservatives.
Third, his unique background can heal racial and ethnic tensions that persist in our pluralistic society. The reason Americans of all opinions liked his famous 2004 speech at the Democratic National Convention was that he transcended the usual problems of race and gender and ethnicity and talked about "one America," not blue or red states, but a vision of America's future faithful to our ideals and our Constitution.
Finally, I've been lucky enough to have known the senator and his wife, Michelle, for more than 15 years. Michelle and Barack worked in our law firm in the 1980s. (Indeed, that is where they met!) My wife, Jo, and I kept in close touch with the Obama family for years. To those who wonder about whether he is ready to be president, we can testify that Barack and Michelle are true grown-ups. And that is exactly what we need in the White House.
Barack, Kennedy said 50 years ago, "If I ever have a chance, it is next time." That is good advice for you.Newton N. Minow
Fonte:
Adenda: Depois de ter publicado este post, reparei que o André Abrantes Amaral também recomenda este editorial, juntamente com dois interessantes artigos sobre o Senador Barack Obama. Ficam aqui os links:
The Upside of Obama, por John McWhorter
Obama can win by losing, por Charles Krauthammer
quarta-feira, outubro 25, 2006
As incompatibilidades entre a Constituição Checa e a Juventude Comunista
A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) está a distribuir uns panfletos onde se lê que a JCP está solidária com a KSM, a União da Juventude Comunista Checa. Segundo o dito panfleto (cujo texto podemos encontrar no site da JCP), é referido que:
A ofensiva contra a KSM iniciou-se no mês de Dezembro de 2005.Utilizando o pretexto de que a KSM interfere com o âmbito de actividade dos Partidos, o Ministério do Interior da República Checa enviou à KSM uma ordem que tentava obrigar esta organização a renunciar ao seu programa político, à sua identidade comunista e aos seus objectivos e à sua fundamentação teórica baseada no marxismo-leninismo.
(...)
O governo da República Checa atribuiu, assim, um prazo à KSM para alterar o seu programa, caso contrário, ameaçou ilegalizar esta organização juvenil.
Perante a enorme mobilização da juventude em solidariedade com esta organização e as repercussões que este atentado poderia ter, o governo checo mantendo a ameaça de ilegalização, adiou a sua decisão. O Governo da República Checa, em carta datada de 12 de Outubro de 2006, vem agora dissolver a KSM. De forma absurda, a única razão que o Governo apresentou para esta medida referia-se à defesa da KSM, no seu programa, da substituição da propriedade privada dos meios de produção pela propriedade colectiva dos meios de produção. E, portanto, a convicção deste jovens em construir uma sociedade diferente, não assente nos princípios do sistema capitalista.
(...)
A União da Juventude Comunista da República Checa é uma organização juvenil comunista, revolucionária, de carácter anti-imperialista, marxista-leninista, aspectos intoleráveis para a Europa do grande capital. O poder de atracção e as capacidades de transformação que os ideais do socialismo e do comunismo exercem sobre amplas massas juvenis preocupa os Governos da União Europeia. Também em Portugal, embora não tenham ido tão longe, os partidos do sistema entendem-se e aprovaram uma nova lei dos partidos e do seu financiamento que, no essencial, visa impor um modelo único partidário e destruir o PCP e as suas características. Em inúmeras situações, a intervenção e actividade de propaganda e divulgação da JCP tem sido reprimida pelas autoridades.
Confesso que quando li o texto, achei um pouco cómica toda esta situação. Para todos os efeitos, se não fosse este mero panfleto não havia registo dessa "enorme mobilização", pois não encontrei na imprensa portuguesa nada sobre o assunto. Mesmo na internacional, o assunto é muito escasso... É que embora acreditasse que a notícia era verdadeira, estes panfletos vermelhos são sempre tendenciosos, para não dizer propositadamente incompletos (a razão para a dissolução da KSM era muito "ligeira"). Porém, depois de algumas pesquisa, lá encontrei uma agência de notícias checa que acrescentava um dado interessante:
The Interior Ministry dissolved the Young Communists (KSM) association because its programme statement says that it wants to remove the private ownership of the means of production, ministry spokesman Majka Masarikova said.
Masarykova said this was against the Constitution and incompatible with fundamental democratic principles.
The KSM received the decision on Monday and wants to address a court on the issue. Its representatives dismissed the opinion that its programme is against Czech law and said in a written statement that political reasons were behind the ministry's decision.
The KSM recently campaigned against the possible stationing of a U.S. missile base in the Czech Republic.
The dispute between the ministry has been lasting a long time. In March, the KSM representatives changed the controversial wording of their official programme, but the ministry says the change is unsatisfactory.
Segundo esta notícia, a razão pela qual o governo decidiu dissolver a União, foi muito simplesmente a incompatibilidade de alguns aspectos da ideologia marxista-leninista com a constituição. Não deixa de ser irónico, a comparação com Portugal. Enquanto que nós andamos sufocados com uma constituição muito pouco plural e de índole claramente socialista, outros já começaram a tomar acções contra programas que restringem as liberdades económicas dos cidadãos.
Perguntam-me se a dissolução desta associação, devido ao seu programa, não constituiu uma discriminação política? Em parte sim, em parte não. Se a constituição de um país é (ou pelo menos deve aspirar a ser) uma garantia de liberdade e democracia, deve consagrar um regime que possibilite a liberdade dos cidadãos, tanto ao nível político como económico. A proposta da KSM aparentemente é inconstitucional (segundo o Governo checo), mas será que a dissolução também é? Segundo aquilo que percebi, o governo não proibiu os discursos anti-capitalistas e a apologia do marxismo-leninismo. Houve foi uma dissolução de uma associação que desejava implementar uma série de medidas inconstitucionais. De facto, é interessante questionar qual a razão da existência de uma associação que ambiciona para o país medidas inconstitucionais? Acho que faria mais sentido assumirem-se como uma força que deseja uma mudança na constituição para um regime marxista-leninista, embora isso seja uma contradição com a "Liberdade e Democracia" que a JCP refere no panfleto. No fundo, no fundo, a medida parece transparecer apenas bom senso e sentido prático.
Confesso que não conheço rigorosamente nada da Constituição Checa, mas confesso que fiquei com uma boa impressão...
terça-feira, outubro 24, 2006
Presidenciais Francesas - Wishlists
Nicolas Sarkozy:- to cut payroll and employee levies that make labour costs especially expensive in France
- a “social value added tax” to pay for social security costs instead
- loosening of 35-hour week to enable staff to work more if they choose
- obligation to perform community work for unemployment benefit
- a single labour contract to encourage hiring, replacing mix of permanent and fixed-term contracts
- finance for life-long training
- directors’ salaries to be set at AGMs
- stock options to all employees
- positive discrimination (affirmative action) for minorities in workforce
Ségolène Royal:
- to repair “injustice” inflicted on workers by dictatorship of capital markets.
- to raise incomes of lower-paid
- to make the 35-hour working week fair for all
- more flexible labour law in return for greater employment security
- compulsory trade union union membership
- penalties for companies that move production abroad
- “social harmonisation” in EU: no British opt-out on working time
- big incentives for environmental protection
- direct democracy: citizens’ “juries” to evaluate government performance
A campanha presidencial francesa segundo a Sra. Royal
Note-se que a "solidariedade", "reconciliação" (??) e "esperança para o futuro" correspondem ao socialismo borolento (com umas pinturas rosa choque por fora), representado pela Sra. Royal... Mas obviamente, frente ao liberalismo selvagem, a escolha não parece ser difícil...
Ainda sobre as Urgências: coisas que fascinam...
Confesso que fiquei surpreendido com a notícia de que 40% das idas às urgências são desnecessárias. Mas será pressuposto as pessoas conhecerem a gravidade das suas condições antes de consultarem um médico?
Recomendado: Pelo Não
A blogosfera já se começou a dividir no tema. Vários autores juntaram-se para formarem o Blogue do Não. Acho que será interessante verificar a evolução da "bipolarização" da blogosfera no tema...
domingo, outubro 22, 2006
Sobre Aborto e Deontologia (II)
Diz o Luís Lavoura, na caixa de comentários deste post no Blasfémias:
Eu fico um pouco surpreendido com este tipo de comentários, mais concretamente no desejo que pessoas como o Luís Lavoura depositam no Estado para forçar a qualquer custo a conduta de um trabalhador. Eu, muito honestamente, considero um atentado à liberdade e um desrespeito pelas convições de cada um, o Estado obrigar um trabalhador a efectuar algo que não se coadune com a sua moral e consciência. Para além do mais, o Estado não "manda" na prática clínica de um médico. O facto de existir uma grande diversidade de procedimentos, em nada se relaciona com o Estado. A decisão cabe exclusivamente ao médico e ao paciente (ou à família, no caso de estes não terem capacidade para tal). Se um médico recusa efectuar um procedimento, o paciente procura outro profissional de saúde. O Estado não paga esse procedimento ao médico, obviamente. Qual é o problema??
Um médico não tem direito a objeção de consciência, na medida em que é pago pelo Estado para fazer aquilo que o Estado lhe manda. Se quer ser objetor de consciência, deve declará-lo ANTES de o Estado lhe dar emprego e, nesse caso, o Estado não lhe deve dar emprego. (Um soldado também não pode declarar-se objetor de consciência só quando é mandado para a guerra.)
Eu fico um pouco surpreendido com este tipo de comentários, mais concretamente no desejo que pessoas como o Luís Lavoura depositam no Estado para forçar a qualquer custo a conduta de um trabalhador. Eu, muito honestamente, considero um atentado à liberdade e um desrespeito pelas convições de cada um, o Estado obrigar um trabalhador a efectuar algo que não se coadune com a sua moral e consciência. Para além do mais, o Estado não "manda" na prática clínica de um médico. O facto de existir uma grande diversidade de procedimentos, em nada se relaciona com o Estado. A decisão cabe exclusivamente ao médico e ao paciente (ou à família, no caso de estes não terem capacidade para tal). Se um médico recusa efectuar um procedimento, o paciente procura outro profissional de saúde. O Estado não paga esse procedimento ao médico, obviamente. Qual é o problema??
Sobre Aborto e Deontologia
O Carlos Loureiro, no Blasfémias, levanta duas questões interessantes sobre a prática médica e o aborto, que indirectamente já tinha abordado aqui e aqui.
Refere o CL:
Antes de tentar responder à questão, é necessário termos em conta o que se entende por código deontológico. Diz o Artigo 1º: "A Deontologia Médica é o conjunto de regras de natureza ética que, com carácter de permanência e a necessária adequação histórica na sua formulação, o Médico deve observar e em que se deve inspirar no exercício da sua actividade profissional." E continua no Artigo 3.º: "1. As disposições reguladoras da Deontologia Médica são aplicáveis a todos os Médicos, no exercício da sua profissão, qualquer que seja o regime em que esta seja exercida."
Se cada médico se deve inspirar e regular a sua prática clínica pelas disposições deontológicas, creio que se pode considerar uma falta deontológica grave a prática do aborto, segundo as disposições do actual Código. Todavia, creio que essa indicação não terá um efeito prático em função da lei penal vigente (caso seja alterada), visto que o segundo ponto Artigo 3.º refere:
A segunda questão do CL diz o seguinte:
A questão pode ser respondida com base no Artigo 4º, sobre a Independência dos Médicos:
sexta-feira, outubro 20, 2006
Aborto
A propósito da discussão que já se começa a sentir, tanto nos media como aqui na blogosfera, tenho que referir que me causa alguma confusão determinados argumentos que estão a ser utilizados. Embora não tenha participado no debate sobre o tema, fico um pouco surpreendido com algumas ideias e argumentos que estão a ser utilizados na discussão. Com o rumo que se está a tomar, quase parece que estamos a discutir outro assunto completamente distinto. É preciso não fugir ao cerne da questão... Para isso, convém não esquecer qual é mesmo a pergunta que constará no boletim:
Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?
quinta-feira, outubro 19, 2006
Eyes on 2008 - Mitt Romney
Um interessante artigo que encontrei na BBC:
Comecei a ler um pouco mais sobre o governador de Massachussets, Mitt Romney, há alguns meses a propósito de uma série de reformas (polémicas) que instaurou no Estado de Massachussets, sobre as quais ainda vou escrever. A minha avaliação global foi bastante positiva e seria um dos nomes que gostaria de ver na corrida à nomeação republicana. Quanto ao Senador McCain, não nutro uma grande simpatia por este, embora reconheça que desconheço quais as suas posições em alguns assuntos-chave. Porém, não existem dúvidas que a lista de presidenciáveis no GOP está a estreitar-se e McCain é sem qualquer dúvida um candidato muito forte.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Congressos em alta...
Primeiro, foram as FARC na Festa do Avante. Agora é uma representação do Partido Comunista Chinês que vai estar presente no Congresso do Partido Socialista. Parece não existir dúvidas que os partidos de esquerda portugueses estão a apostar cada vez mais nas relações internacionais. Pena é que não primem por partidos mais democráticos... Da parte do PCP, isso não surpreende. Vindo do PS, o partido actualmente no governo, o caso parece-me mais grave.
Referir que é tudo em nome das boas relações económicas e políticas com a China, é um argumento ridículo. Este é acima de tudo um congresso partidário, e como tal, só entra quem tem convite.
Para José Lello, o convite é a pensar nos chineses. Para este, esta será uma excelente maneira de fazer mostrar aos representantes as vantagens de um congresso democrático. São louváveis as ingénuas desculpas feitas apressadamente pelo deputado socialista. Nessa linha seria também aconselhável enviar convites para a Venezuela, Cuba, Irão, Síria, Coreia do Norte e outros regimes autoritários...
Obviamente o nosso PR não se pronunciará sobre o assunto (a não ser que faça um Roteiro pela República Popular da China), mas não me surpreendia que acreditasse (ou fingisse acreditar) no conto da avozinha de José Lello.
Obviamente o nosso PR não se pronunciará sobre o assunto (a não ser que faça um Roteiro pela República Popular da China), mas não me surpreendia que acreditasse (ou fingisse acreditar) no conto da avozinha de José Lello.
terça-feira, outubro 17, 2006
Guatemala vs Venezuela
Está interessante a disputa pelo lugar da América Latina no Conselho de Segurança da ONU. Hoje, após 16 votações na Assembleia Geral, nenhum dos dois países conseguiu a maioria de dois terços necessária para conquistar o assento.
A Venezuela apostou muito nesta eleição, tendo gasto consideráveis quantias de dinheiro na promoção da sua candidatura. Aliás, Hugo Chavez está a enfrentar uma forte oposição nesta matéria visto que muitos venezuelanos são da opinião que os fundos poderiam ter tido uma melhor finalidade do que publicidade... O grande entrave para a eleição são os Estados Unidos, que constituem a máquina de propaganda da Guatemala. Seria um rude golpe para Washington se a Venezuela ganhasse o lugar.
Todavia, se as votações continuarem assim, é possível que se torne necessário surgir uma terceira opção que ganhe mais consenso. Provavelmente até seria a melhor solução, já que assim não haveria nem vencedores nem vencidos...
segunda-feira, outubro 16, 2006
Prison Break
Uma das melhores séries do ano 2005. Coloco-a, sem qualquer hesitação, no meu top 5 das melhores séries da actualidade. Terminada a Season 1, um enorme êxito nos EUA (apenas ultrapassada nas audiências por 24), estava com algum receio que a season 2 não conseguisse acompanhar o ritmo da primeira. Bastou ver o primeiro episódio da segunda temporada para respirar de alívio... É hoje noticiado que a RTP comprou a primeira temporada. Só me resta recomendar...
domingo, outubro 15, 2006
Metodologias
Quando construímos um modelo que vai servir uma determinada população, qual deve ser a nossa primeira preocupação? Que este assente na grande faixa populacional capaz de o sustentar ou na faixa marginal incapaz de usufruir do modelo?
Se esse modelo, construído "para todos", tem uma faixa marginal que não consegue usufruir dos serviços, faz todo o sentido criar mecanismos de modo a reduzir essa taxa marginal. Mas isso não deve ser sempre feito após serem definidas as grandes linhas gerais?
Será que este raciocínio cria alguma injustiça ou discriminação? E se sim, qual seria a opção mais justa?
sexta-feira, outubro 13, 2006
A Sra. Royal mostra o seu verdadeiro socialismo...
Não existem dúvidas que a senhora começou muito bem a sua pré-campanha para a presidência, mas as coisas começam a complicar-se. Segoléne Royal começa a compreender que uma campanha não pode viver apenas de sorrisos, entrevistas para revistas côr-de-rosa e muito menos de ideias light de pontos da campanha do adversário. Embora tivesse considerado Tony Blair um exemplo a seguir, de uma esquerda moderna, algo que vi com muito bons olhos (ao contrário do seu próprio partido, tal como já era de esperar), deparo-me hoje com este texto (Via O Insurgente) onde a sra. Royal começa a mostrar que afinal a sua herança de esquerda é tudo menos moderna.
Ainda é cedo para poder avaliar o rumo que a campanha de Royal está a tomar, mas aparentemente este distanciamento do centro para agradar à esquerda parece apenas beneficiar o candidato da direita - Nicolas Sarkozy, que já começa a levar alguma vantagem nas sondagens. Porém, temos que ter em conta que Segoléne Royal começa a enfrentar uma oposição séria no seu próprio partido e embora sendo a personagem política mais popular da esquerda, tal poderá não ser suficiente para satisfazer os militantes socialistas para garantir a sua nomeação. Nesse sentido, a viragem à esquerda tem a vantagem de calar certos sectores do partido.
No momento em que os programas dos candidatos à presidência francesa começam a definir-se, Segoléne Royal corre o risco de ficar refém da sua própria candidatura no seio do partido. E a sua habitual estratégia de só sorrisos está a atingir um grau de saturação. Ela precisa de decidir o verdadeiro rumo da sua estratégia política e tem de ter consciência que esta é uma decisão que dificilmente poderá alterar. A direita possui ainda algumas vozes dissidentes no UMP, com Jacques Chirac e Dominique de Villepin ainda a tentar encontrar alguma uma alternativa a Sarkozy, mas a estratégia deste último já está muito bem definida. A opção de primar pelo velho socialismo gaulês pode simplificar as coisas nas eleições no seio do partido socialista, mas não vão ser um bom trunfo nas eleições em Janeiro, e ainda pior, não vão contribuir em nada para as mudanças necessárias num país como a França.
Ainda é cedo para poder avaliar o rumo que a campanha de Royal está a tomar, mas aparentemente este distanciamento do centro para agradar à esquerda parece apenas beneficiar o candidato da direita - Nicolas Sarkozy, que já começa a levar alguma vantagem nas sondagens. Porém, temos que ter em conta que Segoléne Royal começa a enfrentar uma oposição séria no seu próprio partido e embora sendo a personagem política mais popular da esquerda, tal poderá não ser suficiente para satisfazer os militantes socialistas para garantir a sua nomeação. Nesse sentido, a viragem à esquerda tem a vantagem de calar certos sectores do partido.
No momento em que os programas dos candidatos à presidência francesa começam a definir-se, Segoléne Royal corre o risco de ficar refém da sua própria candidatura no seio do partido. E a sua habitual estratégia de só sorrisos está a atingir um grau de saturação. Ela precisa de decidir o verdadeiro rumo da sua estratégia política e tem de ter consciência que esta é uma decisão que dificilmente poderá alterar. A direita possui ainda algumas vozes dissidentes no UMP, com Jacques Chirac e Dominique de Villepin ainda a tentar encontrar alguma uma alternativa a Sarkozy, mas a estratégia deste último já está muito bem definida. A opção de primar pelo velho socialismo gaulês pode simplificar as coisas nas eleições no seio do partido socialista, mas não vão ser um bom trunfo nas eleições em Janeiro, e ainda pior, não vão contribuir em nada para as mudanças necessárias num país como a França.
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