segunda-feira, março 20, 2006

Liberdade de Escolha


Joana Amaral Dias brinda-nos hoje no DN com uma crónica a mostrar as consequências terríveis que poderão advir da polémica medida do governo françês, o Contrato Primeiro Emprego (CPE). Através de uma visão quase apocalíptica, JAD agarra-se tenazmente à burocracia laboral como último reduto para a salvação da sociedade. Questiono-me o que aconteceria se Joana Amaral Dias tomasse conhecimento que ainda existem algumas pessoas (nas quais me incluo) que consideram esta uma medida positiva, mas fraca, ou seja que seria necessário uma reforma mais ambiciosa. Enfim, não quero entrar no tema novamente. Porém, chamou-me à atenção uma frase da sua crónica, onde escreve: "O CPE nem sequer propõe o mérito ou a eficiência. Valida o livre arbítrio de um qualquer patrão."

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Mas desde quando uma lei necessita de impôr o mérito e a eficiência como condições para ingressar num determinado emprego. Para além de ser uma discriminação para uma minoria (aquelas que a dirigente Joana Amaral Dias adora defender), é uma imposição política às empresas. Este e outros factores devem depender da empresa, do seu método de trabalho e de selecção. Esta e só esta, deve ter a liberdade de escolher o funcionário que acha que melhor se adaptará nos quadros empresariais, consoante o cargo que delineou para ele. E não nos esqueçamos que estamos a falar de capital privado, ou seja, os métodos não serão apenas o mérito ou a eficiência, mas muitos outros, no âmbito de melhorar a performance empresarial. E é preciso dizê-lo, se falássemos de contratações para funcionários públicos, muito provavelmente todo este processo seria sem dúvida muito mais "leve".

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