“Many people want the government to protect the consumer. A much more urgent problem is to protect the consumer from the government.” - Milton Friedman
A tomada de posse do novo Presidente da República vai obrigar a uma redefinição ideológica dos partidos do arco democrático, a partir de um centro político onde a palavra “social” é a senha e o (neo)liberalismo contra-senha. É por isso que a luta pelo significado das palavras vai ser de capital importância: a função das palavras no debate ideológico é tema a explorar. Mas muito perigoso, se não se cuidar do uso das palavras, que são, como diria Ortega, “os déspotas mais duros que a humanidade conhece”. Daí a atenção que se deve dar à perversão da linguagem. O que levou Hayek a denunciar a existência do que chamou palavras-doninha. Para tal, inspirou-se num velho mito nórdico, que atribui à doninha a capacidade de sugar o conteúdo de um ovo sem quebrar a casca. Sustentando que existiam palavras capazes de sugar a outras por completo o seu significado. Uma delas é a palavra “social”. Uma palavra que, quando se junta a outra, a converte no seu contrário. Por exemplo, a “justiça social” não é justiça, a “democracia social” não é democracia, o “constitucionalismo social” não é constitucionalismo. O “Estado social de direito” não é Estado de direito, etc. O mesmo para “neoliberalismo”, embora aqui com uma função diferente. Enquanto a palavra “social” dá um sentido contrário àquela a que se junta, a palavra “neoliberal” identifica com esta doutrina aqueles que não pertencem a ela. Uma inverte os sentidos, a outra assimila os distintos.(...)
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