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Uma passagem de ano de arromba a todos vós! Feliz 2006!
“Many people want the government to protect the consumer. A much more urgent problem is to protect the consumer from the government.” - Milton Friedman
Esta situação ainda é mais nítida quando tomamos em conta o dinamismo teológico do cristianismo, quer reformado, quer católico, em contraste com as dificuldades do islão em ter uma interpretação dinâmica, capaz de fazer a adaptação às mudanças da história e da sociedade. O islão, na ausência de autoridades interpretativas legitimadas, fixou-se no cânone da sua origem e não reflecte a modernidade, nem convive facilmente com a laicidade. Por aqui se percebe que o facto de o cristianismo ser uma religião que tem uma Igreja, como materialização na terra da presença de Deus e, dentro dessa Igreja, na versão católica, ter uma hierarquia que termina no Papa, lhe permite falar para tempos diferentes de modo diferente, mesmo quando é a mesma Voz.
Vai propor isso ao Governo?
Já o estou a propor aqui.
Onde é que isso foi feito?
Considera os projectos da Ota e da alta velocidade prioritários para o País?
Eu não diria na Ota, mas investir no novo aeroporto de Lisboa é claramente um investimento em capacidade, já que temos um sistema que está a chegar ao limite. Portugal por muito TGV que faça depende para as suas ligações internacionais sobretudo do transporte aéreo. Não nos podemos dar ao luxo de ter o transporte aéreo com dificuldades de atendimento por falta de capacidade porque isso degenera em má qualidade. Concordando ou não com a Ota, o investimento no aumento de capacidade era inadiável.
E a alta velocidade?
Neste projecto não temos nenhum sistema à beira da ruptura, trata-se de dar um salto de qualidade. A questão que se põe é se é oportuno ou não. O tomar a decisão agora não implica que a despesa seja paga de imediato. Há fórmulas, no que diz respeito ao financiamento do Banco Europeu de Investimentos, que prevêem pagamentos diferidos. O esforço público em termos de despesa concreta provavelmente pode ser feito meia dúzia de anos a partir do momento da realização da obra. Se acreditarmos que vamos sair do buraco daqui a alguns anos, pode acontecer que a cobrança dessa factura seja feita no ponto alto do ciclo.
(...)
As ligações que estão anunciadas defendem a soberania do País?
Considero que o principal instrumento de afirmação da soberania e competitividade de Portugal está na criação de uma área metropolitana que, numa primeira fase, deveria ser Lisboa-Porto e, tão cedo quanto possível, Setúbal-Braga. Para sermos competitivos à escala europeia temos de por estes 7,5 milhões de pessoas a trabalhar como se fossem o bairro Sul e o bairro Norte da mesma cidade, e com o bairro Centro (Leiria, Coimbra e Aveiro) também a trabalhar em conjunto. Tem que ser trivial. O tempo poupado tem de ser aproveitado produtivamente. O TGV tem que ser visto como uma alavanca de progresso económico.
(...)
Foi um defensor do traçado do “T” deitado, com a ligação a Madrid a ficar entre Lisboa e Porto, de forma a deixar as cidades portuguesas equidistantes da capital espanhola. Não é esse o projecto do Governo.
O que foi apresentado foi uma parte do “Pi” ou o “L”. Eu fui a primeira pessoa a defender o “T” deitado. Os números divulgados na apresentação sustentam os argumentos que eu dei para o “T”. O tráfego conjunto de Lisboa e Porto para Madrid sustentariam melhor a viabilidade da ligação à capital espanhola. Há momentos para defender estas coisas e há momentos para aceitar que há senhores eleitos para tomar decisões.
In the matter of reforming things, as distinct from deforming them, there is one plain and simple principle; a principle which will probably be called a paradox. There exists in such a case a certain institution or law; let us say, for the sake of simplicity, a fence or gate erected across a road. The more modern type of reformer goes gaily up to it and says, "I don't see the use of this; let us clear it away." To which the more intelligent type of reformer will do well to answer: "If you don't see the use of it, I certainly won't let you clear it away. Go away and think. Then, when you can come back and tell me that you do see the use of it, I may allow you to destroy it."
(...)
Some person had some reason for thinking it would be a good thing for somebody. And until we know what the reason was, we really cannot judge whether the reason was reasonable. It is extremely probable that we have overlooked some whole aspect of the question, if something set up by human beings like ourselves seems to be entirely meaningless and mysterious.
Deve o Estado subsidiar o preço dos preservativos? Que política sobre SIDA?
Você sabe que a coisa correu mesmo mal quando…
até Luís Delgado é forçado a reconhecer que Cavaco perdeu o debate com Louçã.
Os argumentos dos liberais para não votar em Cavaco são sobretudo dois.
Vejamos o primeiro (ele não representa o ideário liberal) e deixemos por enquanto o segundo (ele não fez uma política liberal).
(...)
O dilema, portanto, não está em saber se Cavaco é ou não um liberal, mas em saber se é o melhor candidato para os liberais. Imaginem, por absurda hipótese, que um governo qualquer avança a sério com a reforma da administração pública. Quem querem ter em Belém: o mauzão de Boliqueime ou os tutores dos "direitos adquiridos"?