O meu colega Tiago Mendes reflecte num post extremamente interessante, sobre a "esquerdização" que alguns sofrem com a idade. Escreve ele:
"Não digo que a tal "esquerdização" seja consciente."
A questão que levantas é deveras interessante. A idade, ou melhor as experiências adquiridas ao longo da existência humana, que papel possuem na modelação das convicções socio-políticas e em que estádio é que ocorrem. Não vou entrar no tema, bem complexo por sinal, mas apenas referir que achei sugestiva a frase que acima refiro.
Ao não invalidares a hipótese, sugeres que a "esquerdização" não é apenas um acto consciente, leva-nos a pensar que a sociedade actual encara inconscientemente o tabu da morte como algo que deverá tender a ser igualitário, pelo próprio facto de constituir um tabu. Mas será esta uma posição resultante de uma "esquerdização", ou mais de uma reflexão interior do rumo da nossa existência, e de toda a sociedade à nossa semelhança? As alterações poderão aparentar ter um reflexo político, mas originam-se num prisma interior e privado, acoplado sem dúvida à religião. Até que ponto podemos classificar este fim como político, se são usados os meios pessoais, tendo em vista uma meta interior e "in"consciente?
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