“Many people want the government to protect the consumer. A much more urgent problem is to protect the consumer from the government.” - Milton Friedman
O neoliberalismo, tecnicamente, é uma figura retórica, através da qual se procura perverter o sentido original do conceito e associar ideias ou políticas liberais, que isoladamente poderiam ser compatíveis com ele, a outras estranhas, com o propósito de desacreditá-las no mercado político. Sabemos bem que, no debate político, a verdade não resulta de um raciocínio lógico, mas de um procedimento dialéctico no sentido socrático do termo. A verdade política não é, pois, dedutiva nem lógica, mas expositiva e retórica. Tem razão quem melhor expõe. Daí a ênfase do discurso político na melhor comunicação das desagradáveis, mas necessárias, medidas (neo) liberais. Tudo isto faz do (neo)liberalismo contemporâneo um termo de definição imprecisa. Para muitos, o que mais importa é o prefixo neo, que deve ser pronunciado com um esgar de asco. Mas será que este prefixo, que sugere uma ideologia mutável e pouco séria, se deve aplicar ao liberalismo que, no essencial, é uma forma de pensar que variou relativamente pouco ao longo da história? O curioso é que os socialistas se fartaram de mudar de ideologia e de programas políticos, às vezes em menos de uma década, e mesmo assim são socialistas e nunca “neosocialistas”.
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